Adoptar um estilo de vida saúdavel

Psicologia

A australiana Bronnie Ware dedicou parte da sua vida a trabalhar em cuidados paliativos e foi na sequência dessa experiência difícil mas enriquecedora que teve oportunidade de ouvir muitas das últimas reflexões dos seus doentes.
Todos nós, particularmente quem tem filhos a crescer, se confronta com a angústia de por um lado ter que trabalhar (por vezes em trabalhos muito pouco satisfatórios) e por outro desejar dispor de mais tempo para a vida familiar.
Quando queremos modificar alguns aspetos do nosso comportamento e da própria personalidade somos muitas vezes confrontados com aquilo que o psiquiatra Augusto Cury chama de "armadilhas da mente" (uma visão próxima da de Eckhart Tolle, autor de “O Poder do Agora”).
Podemos mudar a nossa personalidade? É uma pergunta pertinente. Há quem diga que ela, uma vez formada, não se altera. Outros têm uma visão diferente: que apesar das suas grandes estruturas, uma vez formadas, se manterem, há aspetos que podem ser trabalhados de forma a que se repercutam em comportamentos diferentes.
O desenvolvimento pessoal deve ser assumido como um processo dinâmico, criativo e contínuo. Esta última particularidade é de crucial importância pois o autodesenvolvimento nunca termina. Antigamente, aceitava-se que uma vez chegados à meia-idade estava-se senhor de toda a inteligência, de todos os recursos e competências necessárias para o resto da vida.
O ano novo começa com festa e celebração, para muitos de nós, e fazemo-lo já quase sem reflectirmos no porquê. É espontâneo e habitual, por isso não questionamos. Mas a verdade é que celebrar a chegada de um novo ano é celebrar a oportunidade de recomeçar.
A morte é uma inevitabilidade para todos. Todos o sabemos e todos o dizemos desta ou daquela maneira. Contudo, é duro conceber esta realidade com plena consciência. Olhar de frente para esta ancestral angústia da humanidade é uma tarefa de elevada exigência em termos psíquicos.
David Kundtz no seu livro «Parar» recorda como é frequente andarmos a correr e com excesso de afazeres, sobretudo quando não queremos pensar ou recordar alguma coisa. Pelo contrário, é frequente pararmos quando nos queremos lembrar de alguma coisa.
Para muitas pessoas, o fator sorte tem um grande peso na saúde. Ou seja, para elas esta depende muito de circunstâncias que escapam ao seu controlo. E daí a sua influência por vezes dramática nos diferentes domínios da vida.
Por vezes, tudo parece correr mal e ficamos absolutamente sem saber o que fazer e o que dizer. Tudo parece estar perdido e só resta rendermo-nos mas fazemos tudo para conter as lágrimas que teimam em querer correr pelo nosso rosto. E os que nos rodeiam, provavelmente munidos das melhores intenções, encorajam-nos a não chorar.
Quando ocorrem mudanças no decurso da vida põe-se em causa o equilíbrio anterior e as referidas mudanças exigirão uma ajustamento pessoal que confronta as pessoas com a dimensão da perda. Isto aumenta a probabilidade de ocorrer uma doença de tipo neurótico e psicossomático. São momentos de "vulnerabilidade acrescida".
O refrão da canção de António Variações, ouvida vezes sem conta nos anos 80, é o mote perfeito para nos levar a refletir sobre uma atitude que nos afeta a todos, em maior ou menor grau. Por vezes com grande desconforto e grandes consequências: a procrastinação.