Cada vez mais se verifica que adultos jovens apresentam perda auditiva. Por este motivo, é fundamental destacar alguns dos hábitos que poderão estar na origem da surdez, visando a sua prevenção.
No entanto, sabe-se que alguns dos casos de perda auditiva não podem ser evitados. Ainda, assim, pode ser possível retardar o seu aparecimento ou preservar a audição existente.
Situações causadoras de surdez que devem ser evitadas:
1) Exposição a ruído
O ruído alto é uma das causas mais comuns. Pode danificar as células ciliadas da cóclea, ficando a audição comprometida. O dano é quase sempre irreversível e cumulativo.
A perda auditiva induzida por ruído pode ter várias fontes:
• Locais de trabalho com excesso de ruído ou outras atividades barulhentas.
• Música excessivamente alta a que os músicos estão expostos, quando tocam ao vivo ou em ensaios.
• Música ouvida através de fones, com um volume exagerado, ou outras fontes sonoras como a rádio ou a televisão. Mesmo sons de volume mais baixo podem tornar-se prejudiciais se forem persistentes. O ouvido precisa de pausas, de vez em quando, para se recuperar.
• Explosões, como tiros ou fogos de artifício.
Há muitas maneiras de proteger a audição, contra danos causados pelo ruído. Devem ser usados protetores de ouvido, apropriados a cada situação, sempre que a exposição prolongada a ruídos seja igual ou superior a 85 dB. Existem protetores que permitem ouvir, com um volume mais baixo e seguro, reduzindo as frequências mais lesivas para o ouvido. Existem, também, os que bloqueiam o ruido de fundo, ou outros mais adequados para músicos. Pode ser útil uma aplicação, existente em alguns telemóveis, que informa o nível de dB do ambiente. Desta forma, é possível monitorizar o nível de ruído, adotando medidas preventivas.
2) Medicamentos ototóxicos
Certos medicamentos podem lesar as células ciliadas da cóclea, prejudicando a audição. Inclui alguns medicamentos quimioterápicos, e.g. cisplatina; alguns antibióticos, com a gentamicina; diuréticos de alça, prescritos para tratar doenças renais e cardíacas; e aspirina, quando tomada em grandes doses. Nem sempre é possível evitar estes medicamentos sem risco de consequências graves. Sendo possível evitá-los, pode se prevenir o desenvolvimento da perda auditiva neurossensorial. Em alguns casos, é possível tomar um medicamento alternativo.
3) História familiar
Conhecer a história familiar de surdez pode não permitir prevenir diretamente a surdez. No entanto, se esta for detetada precocemente, pode reduzir o risco dos impactos negativos da perda auditiva, como declínio cognitivo, depressão e isolamento social.
4) Patologias do ouvido
Várias patologias do ouvido podem tornar-se crónicas e evoluírem progressivamente para surdez, se não forem adotadas as devidas medidas preventivas e de tratamento.
Alguns exemplos, incluem:
• Infeções do ouvido – quando não devidamente tratadas podem evoluir para otites crónicas, como por exemplo, o colesteatoma.
• Otosclerose – atuar no momento certo recorrendo a uma abordagem cirúrgica ou a reabilitação com aparelhos auditivos.
• Surdez súbita – avaliação e intervenção urgente.
• Presbiacusia – o recurso à reabilitação auditiva precoce, através de aparelhos auditivos, evita a privação sensorial e a degradação de todo o sistema auditivo.
5) Tensão arterial e saúde cardíaca
A hipertensão e as doenças cardíacas podem danificar os mecanismos do ouvido potenciando o aparecimento da surdez.
6) Diabetes
Nestes pacientes há duas vezes mais probabilidades de ocorrer perda auditiva. A diabetes pode danificar as células do ouvido interno. Manter a doença controlada, pode ajudar a prevenir a surdez.
7) Tabaco e álcool
Cigarros e outros produtos similares danificam as células ciliadas da cóclea. O fumo passivo também é um fator de risco para a perda auditiva. Da mesma forma, o consumo exagerado de álcool, pode criar um ambiente tóxico para o ouvido.
8) Alimentação e exercício físico
Uma má nutrição, que não inclua certas vitaminas e minerais, como B12, potássio, magnésio, ferro e zinco podem favorecer problemas auditivos.
A ausência de exercício físico não contribui para um bom fluxo sanguíneo, pelo que interfere negativamente na saúde do ouvido.
A importância de reduzir a exposição a ruídos altos, estar atento às patologias do ouvido e sua evolução, assim como a adoção de um estilo de vida saudável, ajuda a preservar a audição ao longo da vida. É essencial fazer avaliações auditivas periódicas para melhor se gerir os efeitos da perda auditiva.