A probabilidade de ter ou não, especificamente, um determinado tipo de cancro é baseado em estimativas, apoiadas por estudos de populações em larga escala.
O risco de cancro do pulmão e de outros tipos de cancro ainda não podem ser determinados em números exatos e a ciência explica as duas razões principais: nem todos os fatores de risco afetam todas as pessoas da mesma forma e diferentes fatores têm pesos diferentes de pessoa para pessoa. No entanto, os fatores de risco promotores em cada tipo cancro já estão identificados, o que ajuda a concentrar a nossa atenção e ação na redução da influência dos fatores promotores do desenvolvimento do cancro.
Para o cancro do pulmão, o risco de desenvolvimento depende de seis fatores que estão bem sinalizados. O mais importante na prevenção e redução do risco de cancro do pulmão é não fumar. Se é fumador, o seu papel é deixar de fumar para reduzir o seu risco.
Mais de 90% dos casos de cancro do pulmão nos homens e mais de 80% nas mulheres em todo o mundo são causados pelo tabagismo. O fumo passivo também causa cancro do pulmão.
Em Portugal são diagnosticados mais de 16 casos de cancro do pulmão todos os dias. É o quarto cancro mais comum em homens e mulheres (dados de 2022).
Mas o cancro do pulmão também pode desenvolver-se em pessoas que nunca fumaram, por outros fatores.
Tomar suplementos para prevenir o cancro aumenta o risco.
Os suplementos alimentares em doses elevadas não são recomendados para a prevenção do cancro, pelo que as necessidades nutricionais devem ser supridas através de uma alimentação equilibrada. Esta recomendação aplica-se a todas as dosagens e formulações de suplementos, a menos que tenham sido aconselhadas por um profissional de saúde qualificado que possa avaliar os riscos e os potenciais benefícios.
Um suplemento alimentar é um produto, distribuído sob a forma de comprimido ou pó que contém um “ingrediente alimentar” destinado a atingir quantidades especificas de certos micronutrientes (vitaminas, minerais e oligoelementos) em doses muito superiores às absorvidas a partir dos alimentos.
Há evidências fortes de que a toma de suplementos de betacaroteno em doses elevadas aumenta o risco de cancro do pulmão em pessoas que fumam e em ex-fumadores.
O betacaroteno pertence a um grupo de pigmentos coloridos chamados carotenoides, presentes numa grande diversidade de legumes e fruta. No corpo humano, depois de absorvido o betacaroteno é convertido em vitamina A.
Outro fator de risco para cancro do pulmão é o arsénio, um dos elementos químicos mais letais do mundo. A água pode conter arsénio quando contaminada por práticas industriais, agrícolas e mineiras.
As pessoas com antecedentes de enfisema, bronquite crónica, tuberculose ou pneumonia têm maior risco de desenvolver cancro do pulmão.
Além destes, a exposição frequente ao amianto, sílica cristalina, radónio, misturas de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, metais pesados , fumo ou os gases provenientes do gasóleo aumenta o risco de desenvolver cancro do pulmão. As pessoas que por motivos profissionais têm contactos frequentes com estas substancias, devem seguir medidas de segurança adequadas.
A poluição é o quinto fator de risco para o cancro do pulmão (e de outros tipos de cancro), sobretudo devido a um conjunto de partículas designadas por material particulado, presente em gases provenientes do gasóleo e da gasolina (e também no fumo do tabaco). Os níveis de partículas e outros poluentes atmosféricos são geralmente mais elevados nas cidades e variam com a densidade do tráfego e as condições meteorológicas.
Estes cinco fatores de risco podem ser mais ou menos controláveis quando passamos a ter mais atenção a medidas de higiene e de segurança. Cada um de nós, deve estar atento a estes fatores de risco para diminuir ao máximo os seus impactos e manter um padrão de vida seguro.