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Otosclerose: o que é? E como deve ser tratada?

A otosclerose é uma patologia que resulta do crescimento anormal de osso no ouvido médio. É um termo que deriva da palavra “oto” (ouvido) e “esclerose” (endurecimento anormal de tecido corporal). A otosclerose, geralmente, afeta mais o último osso da cadeia ossicular, o estribo, que transmite as vibrações sonoras para o ouvido interno, através da janela oval. Este crescimento anormal, rigidifica toda a cadeia ossicular, impedindo que a transmissão do som se propague normalmente até ao ouvido interno.

A causa desta patologia não é, ainda, totalmente conhecida. No entanto, pesquisas têm demonstrado que a otosclerose é hereditária. As mulheres de raça branca têm maior risco de contrair a doença. Os primeiros sintomas ocorrem, normalmente, entre os 20 e os 40 anos. Há, também, uma relação entre a otosclerose e as alterações hormonais associadas à gravidez. Vários pesquisas comprovam esta relação. Um estudo, feito em 2016, a 54 mulheres, “Otosclerosis – ear disease in women”, pôde concluir que 66% sentiram agravamento da surdez com a gravidez.  Estudos mais recentes associam, ainda, a otosclerose a infeções virais (como o sarampo). Daí que, hoje em dia, se atribua o significativo decréscimo desta doença, à generalização da vacina do sarampo.

O sintoma principal da otosclerose é a perda auditiva, podendo coexistir vertigem, problemas de equilíbrio, ou zumbido. Numa fase inicial, a doença gera perda auditiva de condução mais acentuada nas baixas frequências. No entanto, se este crescimento anormal de osso se propagar para o ouvido interno, pode provocar uma surdez mista, ou mesmo terminar em surdez neurossensorial profunda.

O diagnóstico da otosclerose deve ser feito por um otorrinolaringologista. A tomografia computorizada é um exame imagiológico de grande importância para a compreensão da extensão da doença e para a previsão das técnicas cirúrgicas a aplicar. Os testes audiológicos de diagnóstico mais importantes, que devem ser feitos pelo audiologista, são:

Audiograma para avaliar a função auditiva

Impedancimetria – (timpanograma e pesquisa de reflexos acústicos), para avaliar o funcionamento da membrana timpânica e o sistema muscular do ouvido médio

Videonistagmografia – para avaliar o sistema vestibular (equilíbrio)

O tratamento mais eficaz da otosclerose é cirúrgico. Não se deve descurar o facto desta doença ser progressiva, pelo que, se não houver uma intervenção cirúrgica atempada, poderá ser tarde de mais. A cirurgia é chamada de estapedectomia (quando todo o osso é substituído por uma prótese de teflon ou titânio, entre outras) ou estapedotomia (quando apenas parte do ossículo é substituído). É importante discutir com o cirurgião, os riscos e possíveis complicações deste procedimento, bem como os seus benefícios.

Alguns estudos referem que suplementos de flúor, cálcio e vitamina D podem travar a progressão da doença.

Se por um lado a cirurgia é o procedimento mais adequado, por outro, pode não corrigir na totalidade, a perda auditiva. Acontece, também, que com o tempo a surdez pode ressurgir. Nestas situações, o recurso a aparelhos auditivos é a melhor solução. Para casos mais complicados, quando os aparelhos auditivos não conseguem garantir uma boa qualidade auditiva ao paciente, existe ainda a possibilidade de colocação de um implante coclear.

No sentido de se melhorar a compreensão da otosclerose, continuam a ser feitas diversas pesquisas:

Estudos genéticos que visam a identificação dos genes que podem levar a esta patologia

Estudos relacionados com a eficácia dos lasers utilizados na cirurgia

Pesquisas relacionadas com os materiais mais adequados para as próteses de estribo

Avaliação de técnicas de diagnóstico mais apropriadas

Tendo em conta que esta doença é progressiva, é muito importante estar atento ao tempo adequado para a intervenção cirúrgica.

[fonte]Referências: Batson, L. Rizzolo, D. Otosclerosis: An update on diagnosis and treatment. Journal of the American Academy of Physician Assistants: February 2017 – Volume 30 – Issue 2 – p 17-22  doi: 10.1097/01.JAA.0000511784.21936.1b.; Créditos de imagem: https://www.verywellhealth.com/thmb/kkfoT7WcokJQByztlLHHoAgar7c=/2153×1393/filters:no_upscale():max_bytes(150000):strip_icc()/GettyImages-87299220-79b96b488e44473f9bedaacad305b081.jpg [/fonte]

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