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Surdez e diabetes: como prevenir

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A diabetes mellitus é um distúrbio metabólico crónico, associado a elevados índices de glicose no sangue. Surge na sequência de produção insuficiente de insulina, produzida pelo pâncreas. Nestas condições, o corpo fica incapaz de metabolizar adequadamente os hidratos de carbono, gorduras e proteínas, favorecendo alterações metabólicas, vasculares e neuropáticas.

Todos os sentidos dependem de um forte fluxo sanguíneo e de uma boa função nervosa. Quando estas funções ficam comprometidas, danificando vasos sanguíneos e nervos, todos os sistemas do organismo ficam afetados, incluindo o auditivo.
Inicialmente, os sintomas mais comuns da diabetes são: excesso de sede (polidipsia), cicatrização lenta, cansaço, vontade de comer em demasia (polifagia) e de urinar com maior frequência (poliúria).

Existem três tipos principais de diabetes:
Diabetes tipo 1 – produção insuficiente de insulina. As pessoas com este tipo são consideradas “insulino-dependentes”, pois necessitam de administrar injeções de insulina diariamente. As causas não são, ainda, totalmente conhecidas. Normalmente, é diagnosticada na infância ou na adolescência.
Diabetes tipo 2 – surge quando o corpo se torna resistente à insulina. Há uma incapacidade de regular efetivamente os níveis de açúcar no sangue. A principal causa é o peso excessivo e falta de exercício físico. É o tipo mais comum, e o que está associado a mais complicações, nomeadamente ao nível auditivo.
Diabetes gestacional – presença de níveis elevados de glicose no sangue durante a gravidez. Normalmente, é temporária e reversível. Se não for devidamente tratada, pode causar graves problemas ao feto.

O diagnóstico da diabetes normalmente é feito através de análises laboratoriais. Realiza-se com base na verificação das alterações da glicose no sangue, em jejum e após ingestão de grandes doses de açúcar, em dois dias diferentes.

Em termos auditivos, as alterações na concentração de glicose no ouvido interno prejudicam a audição, pois o ouvido é dependente da glicose como fonte de energia. Este processo compromete a forma como o som chega ao cérebro, levando a perda auditiva neurossensorial bilateral, progressiva, com predomínio nos sons agudos. Ao longo do tempo, altos níveis de açúcar no sangue (hiperglicemia) podem danificar pequenos vasos sanguíneos e nervos do ouvido interno. Baixos níveis de açúcar no sangue (hipoglicemia), devido à medicação, podem danificar a forma como os sinais nervosos são transmitidos do ouvido interno para o cérebro. As modificações na concentração sistémica de insulina podem, ainda, alterar o potencial da endolinfa (líquido do ouvido interno). Esta condição pode levar à existência de hidropisia endolabiríntica, conduzindo à doença de Ménière. Daí que, a diabetes está muitas vezes associada a zumbido, vertigem e tontura.

A surdez é duas vezes mais comum em pessoas que têm diabetes, do que em pessoas da mesma idade, que não têm. Mesmo em pré-diabéticos (açúcar no sangue mais alto do que o normal, mas não alto o suficiente para ser considerado diabetes) correm um risco 30% maior de desenvolver perda auditiva.

Descurar a diabetes pode trazer muitas outras complicações, como por exemplo, a diminuição do fluxo sanguíneo favorecendo ataques cardíacos, perda da visão, fraqueza muscular e alterações renais. A diabetes pode, ainda, estar na origem de problemas de pele (feridas e úlceras) que podem levar a amputações, ou alterações de nervos, provocando paralisias.
O principal objetivo do tratamento da diabetes é a prevenção das complicações crónicas. Apesar de ser uma doença incurável, pode ser controlada.

Em termos auditivos, a melhor forma de proteger a audição e prevenir a perda, é manter os níveis de açúcar no sangue controlados. O mais importante é conseguido com uma dieta adequada, exercício físico, e naturalmente medicação. Do mesmo modo, deve-se evitar o fumo, o álcool, a exposição frequente a ruídos altos e a medicação ototóxica. Em termos de diagnóstico é importante recorrer à consulta de otorrinolaringologia e de audiologia, fazendo periodicamente audiograma tonal e vocal. Em casos de sintomas vestibulares ou suspeita de doença de Ménière deve ser realizada videonistagmografia e eletrococleografia.
Nos casos em que há surdez, é possível fazer reabilitação através de aparelhos auditivos. Nas situações mais graves com perda severa e profunda existe, ainda, o recurso a implante coclear.

[fonte]Referências: Diabetes and Hearing Loss. Centers for Disease Control and Prevention. Maio, 2022. https://www.cdc.gov/diabetes/managing/diabetes-hearing-loss.html
Créditos de imagem: https://imo.com.br/wp-content/uploads/2019/09/diabetes.jpg [/fonte]

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