Todos nós, em cada final de ano, refletimos sobre o ano novo que se inicia, como se tratasse de um marco para realizar coisas que consideramos importantes, ou que gostaríamos de incluir na nossa vida.
Um dos ensinamentos do yoga é adquirir a consciência de que a disponibilidade e as prioridades da vida são criadas pelo próprio. Nesta perspetiva, a palavra ensinar significa aprender sentindo. É perceber que essa aprendizagem se identifica com aquilo que se deseja ser, permitindo intuir que sempre se quis essa transformação na vida, mas por circunstâncias várias não se conseguiu o grau de perceção para incluir essa transformação na forma de viver. Muitos de nós quando esse momento acontece, percebem que é como um eu que sempre esteve ali, à espera de ser descoberto e incluído na forma como se deseja estar no mundo. Quando o processo de assimilação da prioridade ou disponibilidade acontece desta maneira, é absorvida de forma natural. Não se trata de uma imposição que, muitas vezes, se transforma numa atitude de abandono, por uma decisão não assumida de forma completa. O ensinamento é adquirido através da inteligência emocional e não apenas com a inteligência racional, passando a ser encarado, não como uma imposição, mas sim, como um equilíbrio, uma coerência. Ou melhor ainda, uma prioridade alicerçada na natureza do indivíduo. Algo que parece sempre ter existido dentro de cada um e que quando se revela, faz todo o sentido. Esta é a atitude a privilegiar em qualquer decisão da vida.
Como é que o yoga cria esta atitude?
A sua prática implica a consciência de si, a descoberta de quem se é, aquilo a que a filosofia do yoga define como a essência de cada indivíduo, a natureza essencial do homem. Só quando se tem consciência de si, se percebe de forma íntegra a realidade que se pretende viver. A serenidade que acompanha os praticantes de yoga vem desta consciência de si, interiorizada, vivida e sentida, como algo essencial ao modo de ser de cada pessoa.
A prática de yoga inclui técnicas de respiração, prática de posturas, relaxamento e meditação.
Todas estas valências permitem o encontro consigo mesmo e a consciência daquilo que se deseja ser.
Na execução da postura, o nível de concentração para entender a realização da mesma e o modo como o corpo e a mente se expressam para absorver a sua execução, revela este eu interior, a que se chama essência individual e permite encontrar a equanimidade. A consciência plena do quotidiano e da forma como se quer vivê-lo, das conquistas realizadas na vida, permite o alicerçar de uma individualidade coerente e em paz consigo mesmo e com o mundo que o rodeia.
Tome a decisão e experimente fazer uma aula de yoga. Leve a mente aberta e recetiva ao que pode surgir. Só assim pode entender o yoga e se é uma prática a eleger, que possa contribuir para o seu conhecimento interior. Conhecer-se a si mesmo é um ato de coragem.
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