Ao longo dos anos realizam-se inúmeros estudos sobre a prática de yoga e os seus benefícios físicos e mentais no praticante. Este artigo baseia-se numa revisão sistemática sobre a prática de yoga na melhoria da oxigenação sanguínea.
O metabolismo humano é o resultado de processos anabólicos e catabólicos contínuos que mantêm a homeostase e sustentam a vida. As vias metabólicas incluem uma rede complexa de processos nutricionais, neuronais e hormonais que são integrados pelos sistemas nervoso central e autónomo, criando um conjunto de respostas fisiológicas que mantêm o equilíbrio do indivíduo. A medição do consumo de oxigénio pode fornecer informações sobre o equilíbrio homeostático geral, assim como a resposta ao stress, que são geridos através do sistema nervoso autónomo e do hipotálamo.
O consumo de oxigénio atinge o valor máximo durante a atividade física intensa e o mais baixo durante as condições basais ou de repouso, aumentando, naturalmente, com a atividade psicológica e fisiológica, stress e a presença de patologias, podendo estabelecer-se um paralelismo entre um maior consumo de oxigénio com o envelhecimento acelerado, sofrimento psicológico e ansiedade. A evidência científica sugere ainda que o consumo de oxigénio é maior em várias condições patológicas, por exemplo na insuficiência cardíaca congestiva, na deficiência locomotora, no HIV, na doença pulmonar obstrutiva crónica e na insónia. O consumo de oxigénio também aumenta com a síndrome metabólica, um quadro que inclui obesidade, diabetes tipo II e hipertensão.
O yoga é uma prática milenar que estabelece uma relação corpo-mente, através da combinação de várias metodologias. Independentemente do método de yoga que se pratique a base é sempre: prática de posturas (asanas), prática de vários tipos de respiração (pranayama) e meditação (dhyana), na procura de alcançar um elevado estado de harmonia e bem-estar, um estado superior de entendimento (samadhi).
A capacidade do yoga de induzir o relaxamento e aliviar o stress é atualmente aceite e existem vários estudos sobre a prática de yoga e a sua importância como coadjuvante na melhoria da ansiedade, depressão, estados de humor negativos e sintomas de transtorno de stress agudo, crónico ou pós-traumático.
Vários estudos sugerem que a prática regular de yoga reduz a atividade fisiológica e metabólica, em condições de normalidade na vida da pessoa. Em comparação com os não praticantes, os praticantes regulares de yoga demonstraram ter reduzido a frequência cardíaca em repouso, a pressão arterial, a frequência respiratória e a taxa metabólica.
Quanto à oxigenação, uma revisão sistemática sobre o consumo de oxigénio e práticas de yoga concluiram: o consumo de oxigénio e o gasto energético diminuíram com o avanço da idade após a prática de yoga. O quociente respiratório aumentou com a idade e diminuiu após a prática de yoga. Com o avanço da idade há uma mudança progressiva da reação de redução-oxidação, e que pode ser restaurada pela prática de yoga. Assim, a prática regular de yoga pode ter a capacidade de reverter alterações na oxigenação sanguínea induzidas durante o o envelhecimento, com o avançar da idade.
[fonte] Referências: Tyagi, A., & Cohen, M. (2013). Oxygen consumption changes with yoga practices: a systematic review. Journal of Evidence-Based Complementary & Alternative Medicine, 18(4), 290-308.; Créditos da imagem:Gerd Altmann por Pixabay[/fonte]