O autocuidado na saúde e na doença é uma responsabilidade individual que se afirma como essencial para uma melhor qualidade de vida e boa gestão da saúde da própria pessoa e da sociedade. Neste artigo exploramos o que é o autocuidado e que fatores podem influenciá-lo.
O que é o autocuidado?
O autocuidado caracteriza-se por ser um processo de manutenção de saúde através da promoção da saúde e gestão da doença. De acordo com o International Center for Self Care Research, o autocuidado envolve especificamente as vertentes de manutenção, monitorização e gestão de sintomas. A primeira vertente refere-se a comportamentos usados pelas pessoas saudáveis e com doença crónica para manter a estabilidade física e emocional. Alguns exemplos de comportamento podem ser fazer uma alimentação equilibrada, praticar desporto, e tomar medicamentos, no caso das pessoas com doença. Já a segunda, requer que a pessoa esteja atenta a sinais e sintomas. Fazer análises regularmente, pesar-se, medir as tensões são algumas ações que representam a monitorização. Por fim, a terceira envolve o tratamento de sinais e sintomas desadequados, quando estes ocorrem. Imaginemos, no caso de uma pessoa com diabetes, o aumento dos níveis de glicose pode implicar o ajustamento da dose de insulina a tomar.
Influências no autocuidado
Com base no contributo de vários investigadores numa conferência sobre autocuidado realizada em 2019, chegou-se à conclusão de que parecem existir dois grandes fatores que agrupam os obstáculos ao autocuidado: a mudança de comportamento e fatores relacionados com a doença. A mudança de comportamento relaciona-se com: entraves na adoção de um estilo de vida saudável devido a hábitos prejudiciais para a saúde (e.g., fumar); a falta de motivação para a criação de novos hábitos; a dificuldade em negar a gratificação imediata em prol de potenciais recompensas no futuro; a cultura onde as pessoas se inserem (e.g., ir ao médico só acontece quando se está doente); e a ausência de ambientes que facilitem o autocuidado (e.g., uma cidade sem espaços para caminhar ou correr). Por outro lado, os fatores relacionados com doença podem dever-se: à gestão de múltiplos diagnósticos (e.g., dificultando a compreensão da origem dos sintomas); e a respostas inadequadas aos sintomas ou a eventos de vida stressantes (e.g., um divórcio, perda de trabalho).
Apoio no processo de autocuidado
Apesar do autocuidado colocar o ónus da responsabilidade pela saúde e pela doença na própria pessoa, este processo não deve ser solitário. A colaboração com profissionais de saúde é crucial para garantir que os comportamentos adotados são adequados. Assim, a comunicação aberta com os profissionais torna-se fundamental para procurar os melhores resultados. Se sente que para si é difícil realizar comportamentos de autocuidado, deve procurar o apoio de profissionais de saúde sinalizando o que o/a dificulta o seu processo para que juntos/as possam procurar soluções adequadas.