À medida que a idade avança, quanto maior é o tempo dedicado à prática de atividade física e menor o tempo em posição sentada, melhor é para a saúde física e mental geral.
Esta conclusão foi retirada de um estudo publicado na revista Cancer que fornece evidências da importância do aumento da atividade física moderada a vigorosa e da diminuição da posição sentada para melhorar a saúde em adultos mais velhos com ou sem diagnóstico prévio de cancro.
O estudo avaliou 78.000 adultos sobreviventes de cancro até 10 anos após o diagnóstico e adultos saudáveis sem diagnóstico de cancro, incluídos no Estudo de Prevenção do Cancro II da Sociedade Americana do Cancro, e com uma média de idade de 78 anos, aferindo-se a atividade física aeróbica, o fortalecimento muscular, o tempo em posição sentada, e a saúde mental e física. Os resultados apontam para diferenças clinicamente significativas na saúde mental e física global entre os adultos mais e menos ativos e os menos e mais sedentários, independentemente do histórico de cancro. Por isso, praticar atividade física regularmente e diminuir o tempo sentado é uma estratégia não farmacológica importante na melhoria da qualidade de vida de homens e mulheres que estão a envelhecer, mesmo que tenham diagnóstico prévio de cancro.
As diretrizes de atividade física em Portugal publicadas recentemente, recomendam que os adultos façam 150-300 minutos de atividade de intensidade moderada ou 75-150 minutos de atividade de intensidade vigorosa durante a semana e limitem sempre que possam comportamentos sedentários, como passar o dia a ver televisão.
Em Portugal o número de adultos idosos continua em franco crescimento e os sobreviventes oncológicos estão a aumentar. Segundo o Eurostat, Portugal é o quarto país da União Europeia com maior percentagem de população idosa(mais de 65 anos). A projeção dada pela Instituto Nacional de Estatística (2018- 2080) prevê que o número de idosos ( 65 anos ou mais) passará de 2,2 para 3,0 milhões. O índice de envelhecimento em Portugal quase duplicará, passando de 159 para 300 idosos por cada 100 jovens, em 2080.
De acordo com estas previsões são necessárias estratégias dirigidas a esta faixa etária, organizadas localmente, em cada município, para promover o envelhecimento saudável e com a qualidade de vida que merecem.
Caminhar ao ar livre, agora com a primavera a chegar ou mesmo outro tipo de atividade física que se identifique mais, pode dar um contributo significativo na diminuição do tempo que passa sentado.
Ser fisicamente ativo ao longo da vida reforça os benefícios para a saúde já reconhecidos ao nível da saúde física e também da saúde mental.