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Viver na pandemia: uma perspetiva do yoga

A finalidade deste artigo é agradecer a todos, o apoio, a generosidade e os momentos desafiantes ao longo deste tempo.
Sou professora de yoga há 20 anos, encontrei muitos obstáculos no meu caminho, mas aprendi a viver com eles de várias formas e com várias perspetivas. Percebi de forma irredutível, como a parte influencia o todo. Procuro todos os dias atuar como um elemento do coletivo, que tudo faz para o proteger.

De repente vimo-nos a braços com uma pandemia e tivemos de aprender de forma apressada e impositiva a viver com ela. Fomos elogiados em todo o mundo pelo comportamento exemplar no primeiro confinamento. Depois muitos portugueses começaram a ficar saturados e deixaram de se identificar com as medidas de proteção enumeradas à exaustão pelos órgãos de comunicação, em todos os cantos do mundo. Como em tudo surgem inúmeras teorias negacionistas, especulativas e muitas vezes invasivas do nosso espaço mental, criando uma enorme necessidade de começar a centrar a atenção em informação segura, científica e, portanto, credível.

Transportar tudo isto para uma sala de prática de yoga é uma tarefa desafiante. Mostrar às pessoas que o uso da máscara, não pode ser encarada como uma fonte de desestabilização emocional, mas sim, como uma medida básica para a proteção individual e coletiva. Que adotar medidas de proteção no espaço físico da escola de yoga, continua a ter de ser encarado como uma rotina normal, apenas com normas diferentes e que o uso dessas normas não é uma desgraça, mas uma oportunidade para encarar novos desafios e superá-los. Explicar aos alunos que criar resistência às coisas é a forma mais difícil de lidar com elas e aceitar o que há, é a melhor forma de estar e de sentir esta realidade.

Dar aulas de yoga nestas circunstâncias que pode parecer um desafio frustrante, que rapidamente tem de ser assimilado na fórmula, “agora tem de ser assim”. Não poder tocar nos alunos, tentando manter a distância de dois metros em todos os momentos e corrigir as asanas (posturas) verbalmente, não é fácil, mas tem muito de gratificante. Há alunos com baixa capacidade de concentração e que no “antigo normal”, com um toque no seu corpo, os colocava na posição correta, agora é necessário repetir uma mesma instrução várias vezes, para elevar os níveis de concentração dos alunos. Elogiar no momento seguinte, é importante, para que a pessoa perceba que a atenção plena no momento presente é sinónimo de realização pessoal. Conseguir isto é muito mais relevante para um professor, que corrigir o aluno com um toque e deixá-lo voltar ao seu mundo interior.

Motivar os alunos para fazerem aulas on-line em tempos de confinamento é um outro patamar no ramo dos desafios. Mais uma vez é preciso perceber qual o melhor caminho para incentivar os alunos a estarem presentes em plataformas que não dominam e abraçar a aventura de viver coisas novas e desafiantes. Quebrar a resistência das pessoas à novidade é uma tarefa difícil, umas vezes vence-se outras não, mas quando se consegue ver a cara do aluno com um sorriso no ecrã no final da aula, vale todo o esforço.

A pandemia fez-me perceber o quanto era feliz, na minha velha rotina, o que não valorizei como felicidade e alegria, e que hoje valorizo porque já não vivo essa realidade. Hoje, procuro reconhecer a alegria e a felicidade nos pequenos momentos vividos durante a pandemia. Garanto que às vezes são difíceis de encontrar, mas estão lá, eu é que também ainda não larguei a antiga maneira de viver as coisas. E tenho a certeza que quando tudo passar, verei com a ajuda do distanciamento emocional muitos outros momentos de felicidade e alegria neste trabalho realizado.

O yoga, a meditação, o silêncio, o recolhimento, são as peças fundamentais para conseguir o equilíbrio que me permitem ver e viver a vida na perspetiva do “copo meio cheio”. Tenho a certeza que muitos dos meus alunos partilham esta minha forma de ler o dia-a-dia.

[fonte]Créditos da imagem: https://www.ver.pt/competitividade-o-copo-meio-cheio-ou-meio-vazio/[/fonte]

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