Comportamentos sedentários: sabe quanto tempo passa sentado?

Os comportamentos sedentários prolongados estão associados a um maior risco de desenvolver diversas patologias, entre as quais se encontram alguns tipos de cancro.

Considera-se tempo sedentário qualquer atividade em que se encontre acordado, realizada com uma intensidade inferior ou igual a 1,5 MET – Metabolic equivalent of task ou equivalente metabólico da tarefa. Incluem-se no tempo sedentário o trabalho de secretária, usar o computador, ler, ver televisão, conduzir.

O impacto negativo do sedentarismo na saúde parece fazer-se sentir principalmente quando se associam comportamentos sedentários a baixos níveis de atividade física, contribuindo para o aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares.

Um estudo publicado no início de setembro deste ano, teve como objetivo rever a informação disponível em diversos países do Mundo relativa ao tempo sentado das suas populações. Os autores analisaram os dados disponíveis de 62 países, correspondendo a 29% do total de países do Mundo e a 47% da população mundial em 2015. Do total de países incluídos, 61% eram países desenvolvidos e 29% países em vias de desenvolvimento e 50% eram países da zona EURO.

A média de tempo sentado dos países incluídos neste estudo corresponde a 279 minutos, o equivalente a 4.7h diárias. A diferença entre países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento é muito significativa, 4.9 h vs 2.7 h. Neste estudo Portugal surge dentro da média, com 274 minutos diários de tempo sentado.

É importante considerar que o tempo sentado foi reportado pelas próprias pessoas, o que poderá significar um viés significativo, já que se estima que a diferença entre o auto-relato e o tempo medido seja de 1.4h a 2.1h.

Comportamentos sedentários: a importância de reduzir

São inúmeros os benefícios da prática de exercício, assim como da redução dos tempos sedentários, entre os quais se encontram: redução do risco de hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, cancro do cólon e da mama, depressão; redução do risco de queda; melhoria da saúde óssea; manutenção de um peso saudável.

Com este facto em mente, crie estratégias para reduzir o tempo que passa sentado e escolha uma atividade física de que goste para praticar regularmente. A sua saúde sairá reforçada.

Referências: Biswas A, et al. Sedentary time and its association with risk for disease incidence, mortality, and hospitalization in adults: a systematic review and meta-analysis.Ann Intern Med. 2015 Jan 20;162(2):123-32. Mclaughlin, M., Atkin, A.J., Starr, L. et al. Worldwide surveillance of self-reported sitting time: a scoping review. Int J Behav Nutr Phys Act 17, 111 (2020). Crédito da imagem: Welcome to all and thank you for your visit ! ツ por Pixabay

Inês Almada Correia, nutricionista (3684N), pós-graduada em Nutrição em Oncologia pela Universidade Católica Portuguesa, frequenta o mestrado em Bioquímica Médica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Tem colaborado com a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) em atividades, tais como workshops sobre alimentação direcionados a doentes hemato-oncológicos. Tem como atuais áreas de interesse e pesquisa a nutrição em oncologia, atividade física em doentes oncológicos e alterações de estilo de vida após o diagnóstico. Inês Almada Correia, nutricionista, has a post-graduate course in Nutrition in Oncology by Universidade Católica Portuguesa and is taking a masters degree in Medical Biochemistry by Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa. Has participated in projects with Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), such as food and nutrition workshops for hemato-oncologic patients. Her main research interests are nutrition in oncology, physical activity in cancer patients and lifestyle changes after diagnosis.