As pessoas com diagnóstico de cancro e os que se encontram em tratamento oncológico podem estar em maior risco se contraírem o vírus COVID-19, bem como doentes mais idosos e doentes com doenças crónicas graves, tais como doença pulmonar, diabetes e doença cardíaca.
As regras para evitar o contágio são as mesmas para doentes oncológicos e não oncológicos: lavar bem as mãos e frequentemente; evitar tocar no rosto e evitar o contacto próximo com pessoas doentes. No entanto, para os doentes oncológicos que têm risco aumentado, há precauções especiais:
- Evite todas as viagens que não sejam absolutamente essenciais, enquanto o surto COVID-19 durar.
A ordem é “ficar em casa”: não sair de casa para reduzir ao máximo todos os contactos sociais. E se necessitar sair, devem ser viagens breves e manter um perímetro de distância de 2 metros com outras pessoas. - Crie uma lista de contactos de familiares, vizinhos, amigos que possam fornecer assistência, no caso de necessitar.
- Para continuar ligado e próximo com as suas relações habituais, planeie horários para chamadas por videoconferência com quem habitualmente interagia mais. Os smartphones permitem usar diferentes plataformas: Facetime, Messenger, Zoom, What’s-up, Instagram, Google hangouts. Nunca usou? Experimente!
- Durante este período, se estiverem programados tratamentos oncológicos, contacte o seu oncologista e informe-se sobre os riscos e benefícios de continuar ou adiar os tratamentos. Se não tem nenhum tratamento agendado mas tem uma consulta marcada com o seu oncologista, verifique se pode realizar a consulta através do sistema de telemedicina.
Com uma consulta de telemedicina, pode ficar em casa e receber aconselhamento médico ou de outro membro da sua equipa de saúde através de videoconferência ou por telefone e serão dadas as instruções para que a consulta possa acontecer. - Os exames oncológicos de rotina, como as mamografias, colonoscopias, entre outros, podem ser adiados para reduzir o risco de exposição ao vírus, se o seu oncologista entender que é mais seguro para si. Nesta altura, também pode ser adiado o início de tratamentos de quimioterapia e radioterapia. No entanto, o seu oncologista só tomara decisões deste tipo, depois de avaliar os riscos e benefícios da sua situação clínica, baseadas no seu diagnóstico de cancro e nos objetivos dos tratamentos. Converse com seu médico ou equipa de suporte sobre os riscos e benefícios de atrasar esses procedimentos.
Devido à pandemia do COVID-19 e ao aumento do risco de exposição ao vírus, a maioria dos hospitais e clínicas alterou a políticas de visitas aos doentes. Atualmente, não estão a ser permitidas visitas. Por isso, é importante que pense sobre alguns aspetos relacionados com a sua assistência médica e como gostaria de ser tratado no futuro. Coloque tudo por escrito. Por outras palavras, é uma lista de vontades e, em Portugal, denomina-se por “diretiva antecipada de vontade” ou testamento vital. É um documento onde o cidadão pode inscrever os cuidados de saúde que pretende ou não receber. Permite também a nomeação de um procurador de cuidados de saúde.
Faça uma reflexão pessoal e tome como exemplos estas questões: quais são meus objetivos, os mais importantes, se minha situação de saúde piorar?; Se não estiver capaz de falar por mim, quem é a pessoa que eu gostaria que falasse por mim?; E quem não deve estar envolvido nesse processo de tomada de decisões?; Se meu coração parar, eu quero fazer ressuscitação cardiopulmonar?
[fonte]Fontes de informação:https://www.cancer.net/blog/2020-04/coronavirus-and-covid-19-what-people-with-cancer-need-know; https://www.esmo.org/guidelines/cancer-patient-management-during-the-covid-19-pandemic; Créditos da imagem: https://www.politico.com/news/magazine/2020/04/02/coronavirus-economy-reopen-deaths-balance-analysis-159248[/fonte]