O exercício físico pode proporcionar alguns benefícios aos doentes com cancro da cabeça e pescoço. Os benefícios mais visíveis dão-se ao nível da composição corporal, na capacidade física e na qualidade de vida.
Os doentes de cancro da cabeça e pescoço enfrentam frequentemente diversos efeitos secundários relacionados com o tratamento, interferindo negativamente na massa muscular, com consequências nas funções físicas, na fadiga e na qualidade de vida. O exercício físico pode regular muitos dos efeitos secundários que se fazem sentir durante o tratamento.
O cancro da cabeça e pescoço envolve indivíduos diagnosticados com cancro da faringe, laringe, lábios e outras regiões da cavidade oral. Estes tumores são mais comuns em países com consumos excessivos de tabaco e álcool. O tabaco está associado ao aparecimento de tumores da boca, gengivas e língua, faringe e laringe. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas aumenta a probabilidade do aparecimento de tumores da cavidade oral e faringe.
Um estudo clinico aleatorizado envolveu 48 doentes com diagnóstico de cancro da cabeça e pescoço e em tratamento com uma combinação de quimioterapia e radioterapia, e avaliaram-se os efeitos do exercício na capacidade funcional e na qualidade de vida. Constituiram-se dois grupos de doentes: o grupo de intervenção que seguiu um programa de exercício físico supervisionado de 6 semanas e um grupo de controlo que recebeu apenas instruções para praticar atividade física.
A prova de marcha de 6 minutos que envolve a medição da distância percorrida num período de 6 minutos permitiu avaliar a capacidade funcional e a tolerância a pequenos esforços. A qualidade de vida foi avaliada por questionário de saúde com 36 parâmetros (36-item Short Form Health Survey).
Este estudo forneceu indícios preliminares de que um programa de exercícios é seguro e bem tolerado nos doentes com cancro da cabeça e pescoço submetidos a quimio e radioterapia, em simultâneo. Após 6 semanas, o grupo de doentes que recebeu o programa de exercícios melhorou a distância em 42 metros (P <.05) enquanto o grupo de controlo apresentou uma diminuição de 96 metros (P <0,001). Registaram-se ainda melhorias na componente mental para o grupo de intervenção (4,8; P <0,05); no grupo de controlo observou-se uma diminuição dos parâmetros que avaliaram a função física e mental (-5.9; P = .064 e -17.3; P <.05).
[fonte]Referências: McNeely ML. Exercise as a promising intervention in head & neck cancer patients. Indian J Med Res. 2013;137:451-3. [/fonte]