Dor no joelho e a prática de yoga

Podem surgir lesões ou dor no joelho durante uma aula de yoga. Alguns exemplos de lesões são: não conseguir dobrar o joelho num ângulo superior a 90º, dor ao colocar o joelho no chão, dor na parte interna do joelho quando cruza as pernas, entre outras.

Quando surge dor no joelho, durante a prática do yoga, o aluno deve parar imediatamente de fazer a postura e deve comunicar ao professor que sente dor. Assim, o professor poderá indicar uma variante dessa postura, permitindo a sua execução sem dor.

O joelho é constituido por muitos elementos e quando um aluno se queixa de dor no joelho, no caso de ser intensa e persistente, o conselho é ir a uma consulta médica. Só através de um diagnóstico preciso, é que se torna possível para um professor de yoga, organizar uma aula de acordo com o diagnóstico e com as recomendações médicas.

Tradicionalmente, o tratamento da dor na zona anterior do joelho focava-se no fortalecimento do músculo vasto medial oblíquo. Pensava-se que, o enfraquecimento deste músculo, levaria a um próvavel desalinhamento da patela, causando problemas. Novos estudos publicados no Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy  e no Journal of Athletic Training vieram mostrar que o fortalecimento da zona abdominal, dos abductores, dos glúteos e o alongamento dos músculos da zona pélvica, são mais eficazes no alívio da dor do joelho do que, apenas fortalecer o vasto medial oblíquo.

Para entender como estes músculos ajudam a corrigir e a melhorar a função do joelho, temos de pensar que o joelho faz parte da perna e da pélvis. Da mesma forma temos de pensar que o correto apoio do pé, vai permitir melhorar a função do joelho, já que contribui para uma maior eficácia no seu funcionamento.

A patela é um osso móvel, que se encontra entre o pé e a pélvis. Toda a disfunção que ocorra entre pélvis e pé, afeta a patela. Contudo, o maior índice de dor e de disfunção do joelho, ocorre maioritariamente por má prestação da zona pélvica. Assim é muito importante manter os músculos abdominais, glúteos e abdutores, fortes, equilibrados e estirados, para que a zona pélvica se mantenha estável e funcione em harmonia com as pernas, a coluna vertebral e restantes elementos do corpo.

Se o movimento do fémur, não se realizar de forma correta, vai causar uma rotação do joelho, durante a flexão e a extensão, que leva ao aparecimento de lesões acompanhadas de dor. Da mesma forma qualquer tipo de instabilidade pélvica, causa disfunção nos abdutores, encurtamento de tendões sacroilíacos e disfunção dos glúteos. Todas estas situações podem produzir dor crónica ao nível do joelho.
Por exemplo, quando surge um joelho valgo ou varo, acontece porque o fémur apresenta uma rotação interna ou externa, que leva a que os joelhos se juntem ou se afastem respetivamente. Este tipo de deformação do fémur, vai desalinhar completamente a perna em relação ao pé, criando problemas não só a nível dos joelhos mas também na forma como se coloca o pé no chão.

A título de exemplo, para corrigir e minorar a dor no joelho valgo, deve ser trabalhado em aula, a abertura pélvica, o fortalecimento dos músculos extensores da pélvis, que ajudam a rodar externamente o fémur e por conseguinte a minorar a dor no joelho.

Claro que não se deve descurar o trabalho com os músculos quadríceps nem com o vasto medial oblíquo, mantendo-os fortes, equilibrados e estirados para ajudarem a estabilizar o joelho

Nestas situações, por favor procure um professor devidamente certificado, para que o possa ajudar a ultrapassar qualquer problema ou lesão. Melhor ainda, promova um diálogo entre o seu médico e o professor de yoga para uma maior e mais rápida recuperação.

Referências:http://natajournals.org/doi/abs/10.4085/1062-6050-49.3.70?code=nata-site;https://www.nata.org/sites/default/files/Journal-Supplement-46-3.pdf; http://www.jospt.org/doi/abs/10.2519/jospt.2006.2303?code=jospt-site ; Creditos da imagem: https://preventivehealthadvisor.com/arthritis-natural-pain-relief-and-supplements-for-inflammation/

 

 

Alexandra Pereira, professora de yoga através da AIPYS-Asociación Internacional de Profesores de Yoga Sananda, Espanha 2000. Licenciada em Filosofia (FLUP 1988). Mestrado em Filosofia: “A filosofia do yoga: da prática a uma filosofia de vida” ( FLUP 2019) Exerce a sua actividade profissional de professora de yoga em Vidya-Academia de Yoga do Porto (Desde 2001). Dirigiu e ministrou cursos de Formação: "Curso de Professores de Yoga" (desde 2010 a 2016) e "Curso de Monitor de Yoga para técnico de SPA" (2013). Os seus atuais interesses de investigação, relacionam-se com as doenças autoimunes e cancro, e no contributo que a prática de yoga oferece para melhorar a condição física, mental e psicológica do praticante. Curso de especialização ("Yoga for Cancer Survivors" 2013). Alexandra Pereira, yoga teacher through the AIPYS-Asociación Internacional de Profesores de Yoga Sananda, Spain 2000. Specialization course ("Yoga for Cancer Survivors" 2013). Licenciate in Philosophy (FLUP 1988). Master Philosophy: “The Philosophy of Yoga: From Practice to a Philosophy of Life” (FLUP 2019) Professional activity: yoga teacher at Vidya-Academia de Yoga do Porto (since 2001). Direted and teached training Courses: "Yoga Teacher Course" (from 2010 to 2016) and "Yoga Monitor Course for SPA Technician" (2013). My current research, is relate to autoimmune diseases and cancer, and the contribution that the practice of yoga offers to improve physical, mental and psychological well-being in student.