Life is a balance of holding on and letting go.
Por vezes as circunstâncias de vida fazem-nos embater em palavras sábias como a desta frase: a vida é um equilíbrio entre a necessidade de nos “agarrarmos” a algumas coisas e a necessidade de nos libertarmos de outras.
Por norma temos tendência a nos apegarmos a tudo o que consideramos agradável ou que nos satisfaz alguma necessidade e a rejeitarmos tudo o que nos parece desagradável ou nos causa sofrimento e é quase inevitável que assim seja pois é-nos muito difícil integrar tudo o que são polos opostos e conseguir uma síntese.
Contudo, a vida desafia-nos permanentemente a pormos em causa a nossa rigidez mostrando-nos que por vezes é importante “guardar” ou “agarrar” algumas coisas e outras vezes é fundamental nos despedirmos ou nos libertarmos de outras.
Tomemos como exemplo as relações afetivas que estabelecemos com algumas pessoas e que sofrem momentos de crise ou separação. Por exemplo, um amigo que já não vemos há muito tempo e que ao reencontrarmos percebemos que já não é a mesma pessoa que conhecemos e que, nós próprios, também mudámos e que, por isso já não há identificação entre ambos. Neste caso é frequente, para algumas pessoas, insistirem em preservar uma relação que na verdade já não existe pois as pessoas em questão mudaram substancialmente e, portanto, preservar esta relação seria perpetuar uma relação ilusória e pouco digna e honesta para ambos.
O mesmo se passa com os relacionamentos que mantemos com algumas pessoas da nossa família. Particularmente, na nossa cultura é comum sentirmos culpa por não mantermos proximidade com alguém da nossa família com quem não sentimos nenhuma ligação afetiva, apenas porque essa pessoa tem um laço de sangue connosco.
Em consequência mantemos essa relação a custo de nos sentirmos culpados, irados, obrigados, desrespeitados. No fundo mantemos uma relação que se vai degradando cada vez mais e perdendo a sua dignidade. Fará sentido mantermos este tipo de relacionamentos? Ou será mais respeitoso para ambas as pessoas que cada uma siga um caminho oposto preservando o que restam de boas memórias e respeito mútuo?
Em contrapartida, vivemos por vezes situações que sentimos como desagradáveis apenas porque exigem de nós um maior empenho e responsabilidade. Algumas pessoas têm o ímpeto de “fugir” de imediato destas situações sem pararem um segundo para se questionarem se efetivamente vale ou não a pena fazer algum esforço para enfrentar e/ou transformar essas situações. Tomemos novamente como exemplo, as relações afetivas que atravessam momentos críticos.
De facto, quase podemos afirmar que todas as relações de proximidade afetiva têm momentos de conflito em que há necessidade de adaptação. Reconhecer e identificar quando é que devemos manter um relacionamento em crise, empenhando-nos para o transformar e crescer com ele. É um desafio que muitas vezes vale a pena aceitar, pois a consequência poderá ser a vivência de uma relação mais gratificante em que ambas as pessoas terão crescido e se terão superado.
Ter a clareza de mente para conseguir identificar em que momentos nos devemos “agarrar” a algo, ou a alguém e em que momentos devemos de nos libertar do passado, de algo ou de alguém, nem sempre é fácil mas é sem dúvida fundamental que tentemos enfrentar esta questão para podermos crescer e para que sintamos que a nossa jornada vai sendo trilhada com maior plenitude, satisfação e saúde física e mental!
[fonte] Fonte da imagem: http://www.smartreads.org/wish [/fonte]