Pinhão: diamante dos frutos secos
O pinhão é apelidado mundialmente por “ouro branco” ou “diamante dos frutos secos”, devido ao seu elevado valor comercial e pela excepcional qualidade nutricional.
O miolo de pinhão é a semente comestível do pinheiro-manso (pinus pinea L.), espécie de pinheiro originária da bacia do Mediterrânio. A produção de pinhão é uma atividade valiosa e lucrativa para os produtores da Espanha, Portugal, Itália e Turquia. Em Portugal, existe produção no Alentejo, Algarve, Ribatejo e na Estremadura, destacando-se o Concelho de Alcácer do sal como líder da produção.
De cor branco-marfim, com forma elíptica, sem cheiro e com um sabor característico, o miolo de pinhão descascado é um dos frutos secos oleaginosos integrados na Dieta Mediterrânica, conhecida por representar um padrão alimentar equilibrado.
O miolo de pinhão apresenta no seu perfil nutricional, nutrientes indispensáveis para que a alimentação seja considerada saudável. Com um valor elevado em proteínas vegetais, 33,2 gramas por 100 gramas de fruto, evidencia-se comparativamente com outros frutos secos oleaginosos, tais como a noz, a avelã e o pistácio, que apresentam valores de proteínas inferiores, 16,7 g, 14 g e 21,1 g, respetivamente, por 100 gramas de alimento. O seu teor em gorduras totais é de 51,7 g/ 100 g, com maior expressão as gorduras polinsaturadas (31 g) e monoinsaturadas (15 g). Nos ácidos gordos polinsaturados, o ácido linoleico (o ómega 6) é o mais abundante, com 30 gramas por 100 gramas de pinhão.
A vitamina B3 (niacina com 2,7 mg/100 g), a vitamina B1 (tiamina com 0,4 mg/100 g) e a vitamina B2 (riboflavina com 0,2 mg/100 g), são algumas das vitaminas presentes no pinhão. No grupo dos minerais, o potássio (780 mg/100 g), o fósforo (350 mg/100 g), o magnésio (270 mg/100 g) e o cálcio (54 mg/100 g), são os que encontramos em maior quantidade.
O pinhão é um fruto da época de dezembro a março, pode ser consumido cru, tostado e como ingrediente de uma variedade de produtos tradicionais: pão, bolo rei e rainha, indissociáveis da época natalícia e em especial do Dia de Reis. Mas o pinhão é o ingrediente principal do molho pesto. É bastante simples de preparar.
Aos pinhões juntam-se folhas de manjericão, alho e uma pitada de sal, queijo parmesão ou pecorino ralados e trituram-se. O molho pesto é finalizado com a adição de azeite extra virgem e temperado com pimenta preta. Preparado o molho pesto, deixo a minha sugestão: espalhe por cima de esparguete cozido ou em gnocchi de batata também cozidos, transformando a refeição principal numa suave mas explosiva mistura de sabores.