Alguma vez se deu ao trabalho de observar pequenas folhas de espinafre? Na próxima vez que lavar folhas frescas de espinafre veja como parecem feitas de veludo. Como a Natureza é tão sofisticada!
Nas folhas de espinafre há muito mais que somente ferro, conforme defendia Popeye na campanha redutora que fazia ao vegetal e às suas qualidades.
O sucesso nutricional do espinafre deve-se à extensa lista de micronutrientes essenciais.
As suas folhas verdes, escuras, são um excelente recurso de vitaminas A, C, K, ácido fólico (a vitamina B9) e de minerais tais como manganésio, magnésio, potássio, ferro, cálcio, cobre e zinco, todos por ordem decrescente de percentagens encontradas e relativamente às exigências nutricionais diárias.
Para além destes, existem outros elementos nutricionalmente valiosos. As fibras predominantes são as do tipo insolúvel. E encontram-se dois importantes carotenóides: o β-caroteno e a luteína. Estes dois fitoquímicos têm sido objeto de grande interesse na investigação científica pelo potencial terapêutico na diminuição do risco de cancro e na melhoria da função do sistema imunitário.
O espinafre é uma das maiores fontes naturais de luteína e de β-caroteno. Segundo um estudo recentemente publicado no Journal of Medicinal Plants Research, o espinafre permite o acesso a 10713 microgramas de luteína e a 4489 microgramas de β-caroteno por 100 gramas de folhas.
A luteína é comprovadamente benéfica na prevenção da degeneração macular relacionada com a idade, da doença cardiovascular e em alguns tipos de cancro, incluindo o cancro do pulmão, da laringe, da mama (em mulheres pré-menopausicas) e da próstata. Este fitoquímico, como agente anticancerígeno, regula a angiogénese, a apoptose e a comunicação intercelular ao nível das gap-junctions.
Quando as folhas são jovens e tenras, o espinafre é melhor para saladas; quando as folhas já não têm estas características, pode ser usado na confeção de sopa, a entrada ideal para os dias frios, como os que se têm sentido. Bastam 2 a 3 minutos de cozedura, preferencialmente a vapor, e estão aptos para oferecer os benefícios nutricionais que lhes são próprios, tão importantes na salvaguarda da saúde e para todas as idades.
Referencias: Hamblin, T. J. (1981). Fake. British medical journal (Clinical research ed.),283(6307), 1671.; Gokarn, S. V. (2009). Dietary lutein modulates expression of prostate cancer biomarker genes in human prostate cancer cell line. ProQuest.; Jaswir, I., Noviendri, D., Hasrini, R. F., & Octavianti, F. (2011). Carotenoids: Sources, medicinal properties and their application in food and nutraceutical industry. Journal of Medicinal Plants Research, 5(33), 7119-7131.[/fonte]
Este texto foi publicado pela primeira vez no Stop Cancer Portugal em fevereiro de 2012