Couve-de-Bruxelas: a europeia

Couve-de-BruxelasA couve mais europeia da família das crucíferas é a de bruxelas!

Informo que os fãs destas pequenas couves, e eu sou uma delas, não perdem uma oportunidade para as comer ligeiramente cozidas e envolvidas por um arroz malandro a acompanhar uma suculenta peça de carne, de preferência magra, ou na companhia de um prato de peixe. Se não tem uma opinião formada, adianto: o seu sabor é único!

Falemos agora do aspeto nutricional desta couve miniatura. Quais são os benefícios?

A couve-de-bruxelas possui elevadas concentrações de três glucosinolatos: a sinigrina, a glucobrassicina e a gluconapina que, por hidrólise, dão origem aos isotiocianatos e ao índole- 3-carbinol. Estes compostos fitoquímicos têm efeitos inibidores sobre o crescimento de diversos tipos de células cancerígenas, como na leucemia, no cancro da próstata, da mama, do pulmão e do ovário, de acordo com numerosos estudos feitos na área.

Conte cerca de 6 destas pequenas couves, que são aproximadamente 150 gramas, e pode obter: vitamina B2, B5 e B6, uma quantidade de vitamina C (71 mg), suficiente para atingir o valor estipulado para as necessidades diárias (75 mg para a mulher e 90 mg para o homem), folatos e, os insubstituíveis minerais, potássio, cálcio e magnésio. A quantidade de fibra alimentar presente chega às 6,4 gramas, uma boa dose e, tudo isto, com apenas 65 calorias.

Vê! É tão simples ter no prato, ao almoço ou ao jantar, um suplemento rico em vitaminas e minerais, de fonte natural, e numa embalagem verde 100% comestível! E para isso basta pedir no mercado a fresca mini-couve-de-bruxelas.

Referências: Wu X, Zhou QH, Xu K. Are isothiocyanates potential anti-cancer drugs? Acta Pharmacol Sin. 2009 May;30(5):501-12.; Kushad MM, Brown AF, Kurilich AC, Juvik JA, Klein BP, Wallig MA, Jeffery EH.Variation of glucosinolates in vegetable crops of Brassica oleracea. J Agric Food Chem. 1999 Apr;47(4):1541-8.

Este texto foi publicado pela primeira vez no Stop Cancer Portugal em fevereiro de 2011

Margarida Vieira, nutricionista, licenciada em Ciências da Nutrição (FCNAUP-1991), mestre em Nutrição Clínica (ISCSEM-2008). Doutorada em Estudos da Criança, na especialidade de saúde infantil pela Universidade do Minho. Membro efetivo da Ordem dos Nutricionistas com a cédula profissional nº 0052N. Investigadora na Fundação para a Ciência e Tecnologia (2011-2015). Membro do Centro de Investigação em Estudos da Criança – CIEC. Desenvolve a sua atividade na Investigação e na área da Nutrição Clínica. É autora e coordenadora de projectos de prevenção primária na área da saúde, bem como na organização e dinamização de seminários sobre hábitos alimentares saudáveis, predominantemente em ambiente escolar. Os seus atuais interesses de investigação, são no domínio da promoção e da comunicação para a saúde, na prevenção do cancro e de outras doenças crónicas. Responsável pela conceção e coordenação de campanhas para a prevenção do cancro. Trabalhou no Marketing Farmacêutico e especializou-se em Gestão e Comunicação da Marca (IPAM – 2003). Autora e fundadora do Stop Cancer Portugal, adotar um estilo de vida saudável. Usa o novo acordo ortográfico. Margarida Vieira, nutritionist, is PhD in Child Studies of the University of Minho. Member collaborator of the Research Centre for Child Studies - CIEC. 
She is author and coordinator of projects for primary prevention in health care as well as in the organization and promotion of workshops on healthy eating habits in the schools. Her current research interests are cancer prevention and other chronic diseases and health communication.
 Responsible for the design and coordination of the awareness of campaigns for the prevention of cancer. Worked in Pharmaceutical Marketing and specializes in Brand Management and Communication. Author and Founder of Stop Cancer Portugal Project.