Ervilhas: energia verde

Algumas pessoas têm uma relação complicada com as ervilhas. Começam desde cedo a afastá-las uma a uma para o canto do prato. Os anos vão passando, crescem, tornam-se adultos e a discriminação feita no prato, a estas bolinhas alimentares, mantém-se. Não as provam mais, se é que alguma vez o fizeram. Aquelas “bolinhas verdes” passam ao lado das suas vidas!
Mas esquecem-se que as papilas, os botões gustativos responsabilizados na transmissão do sabor dos diferentes alimentos, tal como outras partes do corpo, também vão evoluindo e com o tempo podem-se adquirir paladares diferentes dos que já possuíam. Há muitas situações que exemplificam que o que “ontem” não era bem-vindo no prato pode hoje ser bem aceite e ter um lugar. Depois de tantos anos, ter uma nova experiência de paladares pode revelar-se uma autêntica surpresa.
Na roda dos alimentos, o guia alimentar utilizado em Portugal para promover a alimentação saudável, mostra que as ervilhas têm lá o seu lugar, pertencendo ao grupo das leguminosas. A recomendação dada pela roda é: cada pessoa deve consumir, todos os dias, 1 a 2 doses de leguminosas, ou seja, ervilhas, feijão, grão-de-bico, lentilhas e ir variando, o mais possível, entre estes alimentos.

Em termos práticos o que devemos fazer é incluir, na refeição do almoço ou do jantar, cerca de 30 gramas (1 dose) de ervilhas. Não são nada mais que 100 pequenas ervilhas que cabem numa pequena taça (*foto). Estas 100 podem participar activamente para a melhor nutrição dos 10.000 triliões de células que formam o nosso corpo.
Os 30 gramas ou as 100 pequenas ervilhas fornecem 24 calorias. É pouca energia, mas vem bem acompanhada por uma quantidade de fibras alimentares, 1,5 gramas, sobretudo do tipo solúvel, que contribuem para proporcionar saciedade. Com uma pequena quantidade fica-se rapidamente satisfeito e não é, portanto, necessário comer muito. Podemos considerar que estamos perante um alimento que liberta uma energia eficiente, a tão procurada “energia verde”.
Por outro lado, as ervilhas são como pequenas cápsulas (mas estas não vêm em frascos ou blisters) made by nature transportando vitamina C, vitamina B1 e folatos, alguns minerais como o magnésio, o fósforo, o cobre, o manganésio, o cálcio e o ferro.
As substâncias fitoquímicas encontradas são dois carotenóides, luteína e zeaxantina, com capacidades anti-inflamatórias observadas em diferentes estudos, e um flavonóide, o kaempferol. Alguns estudos epidemiológicos evidenciaram o efeito protector deste composto, ao reduzir o risco de cancro do ovário, da próstata, colo-rectal, renal e da doença cardiovascular.
Não ignore a energia verde das ervilhas.
A força da Natureza: tornar ao ponto de partida » Stop Cancer Portugal
17, Maio, 2013 @ 10:14
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