Para completar a rubrica sobre o sushi falta falar dos acompanhamentos, os seus melhores companheiros.
Servidos ao lado das pequenas peças de sushi, enriquecem nutricionalmente o prato japonês e levam à descoberta de outros paladares. Em diversos estudos científicos, já publicados, confirmam-se os diferentes efeitos protectores que cada um dos temperos e especiarias podem ter, mesmo em pequenas quantidades.
O wasabi é uma espécie de pasta verde, constituída pela raiz do rábano verde, da família das crucíferas e exclusiva do Japão. É rica em isotiocianatos e há evidência científica sobre as suas propriedades anticancerígenas: induz enzimas (como a quinona oxireductase) que impedem o crescimento de células cancerígenas humanas, em particular das linhas celulares do cancro da mama, do melanoma, da bexiga e nas metástases pulmonares.
O termo japonês gari refere-se a fatias de gengibre marinado.
O gengibre é considerado uma especiaria de uso medicinal, devido à presença de diferentes componentes bioactivos identificados em numerosos estudos. Um deles, o gingerol, é responsável pelo sabor picante do gengibre e apresenta actividade antibacteriana, antifúngica, hipoglicémica, anti-inflamatória, anti-aterosclerótica, antioxidante e com um forte potencial anticancerígeno.
O molho de soja é um distinto tempero da cozinha japonesa, ligeiramente salgado, e resulta da fermentação das sementes de soja e do grão de trigo, com a ajuda de um cogumelo, o Aspergillus sojae. Há três tipos: molho de soja claro, molho de soja escuro e tamari, feito somente com as sementes de soja, uma alternativa sem glúten.
A folha de perila (Perilla frutescens) ou shiso é uma erva aromática, verde, parente da hortelã e do manjericão, com o aspecto de uma urtiga. Parece estar associada a propriedades bactericidas e conservantes. Há um estudo que menciona a sua capacidade antioxidante, pelo teor em luteína e β-caroteno, dois carotenoides.
E para beber? Chá verde.
Uma chávena de chá verde refresca e limpa o paladar ao longo da refeição, ajudando também na digestão.
O chá verde tem na sua composição a epigalocatequina-galato (EGCG), um fitoquímico que está a ser alvo, há muitos anos, de vários estudos na prevenção e tratamento do cancro. A ingestão de chá verde está associada a um risco reduzido de cancro do tracto gastrointestinal.
Uma chávena de chá verde (infusão), cerca de 2,5 g de chá de folhas secas em 250 ml de água quente, pode conter cerca de 30-40% de catequinas.
E, finalmente, descontraia-se. Se ao comer sushi não estiver à vontade com o uso dos pauzinhos, os sai bashi, use os dedos, aproveite o ambiente tranquilo próprio da cultura tradicional japonesa num verdadeiro restaurante de sushi.
[fonte]Referências Bibliográficas: Nomura T, Uehara Y, Kawajiri H, Ryoyama K, Yamori T, Fuke Y. Alkyl isothiocyanates suppress epidermal growth factor receptor kinase activity but augment tyrosine kinase activity. Cancer Epidemiol. 2009;33:288-92.; Jeong CH, Bode AM, Pugliese A, Cho YY, Kim HG, Shim JH, Jeon YJ, Li H, Jiang H, Dong Z. [6]-Gingerol suppresses colon cancer growth by targeting leukotriene A4 hydrolase. Cancer Res. 2009;69:5584-91.; Bhattacharya A, Tang L, Li Y, Geng F, Paonessa JD, Chen SC, Wong MK, Zhang Y. Inhibition of bladder cancer development by allyl isothiocyanate.Carcinogenesis.2010;31:281-6.; Yuan JM, Sun C, Butler LM. Chapter 8. Tea and cancer prevention: Epidemiological studies. Pharmacol Res. 2011; 22.;Schirrmacher G, Skurk T, Hauner H, Grassmann J. Effect of Spinacia oleraceae L. and Perilla frutescens L. on antioxidants and lipid peroxidation in an intervention study in healthy individuals. Plant Foods Hum Nutr. 2010;65:71-6. [/fonte]