Durante vários séculos, a tradição filosófica clássica apoiou a ideia de que os estados afectivos tinham um carácter devastador sobre a razão, mas a ciência, principalmente nos últimos anos tem comprovado que as emoções têm um papel decisivo para o nosso bem-estar e a nossa sobrevivência.
Existem várias definições de inteligência emocional, mas uma das que tem mais consenso é a definição segundo Mayer, em que a inteligência emocional consiste na interacção entre a emoção e a cognição e tem uma função útil, adaptativa, ao nosso bem-estar.
A inteligência emocional envolve quatro postulados:
- a percepção da emoção em si e dos outros
- o uso da emoção para facilitar decisões
- o entendimento da emoção
- a regulação entre a emoção em si e nos outros
Em suma, a inteligência emocional consiste numa espécie de auto-consciência emocional, constituída por várias capacidades ou características que actuam, na utilização e regulação das emoções, nas relações interpessoais, na resolução de problemas, stress e tolerância.
Os indivíduos que possuem índices elevados de inteligência emocional, apresentam maior capacidade de reconhecer os seus estados emocionais, um maior grau de satisfação nas suas vidas, menor ansiedade e psicossomatização, e uma maior percepção de bem-estar. Para além do que acabei de referir, estes indivíduos manifestam maiores níveis de vigor e energia nas suas actividades profissionais, assim como, forte entusiasmo, dedicação, concentração e persistência nas tarefas que realizam.
A explicação deve-se ao facto de haver uma maior funcionalidade psico-social: maior apoio social, maior satisfação do suporte social e optimismo. Relativamente à doença, estes factores psico-sociais acabam por servir de “amortecedor” e assim fazer com que haja por parte destes indivíduos uma maior adesão aos comportamentos saudáveis e ao tratamento médico.
[fonte]Fonte: Schutte, N. S., J. M. Malouff, et al. (2007). “A meta-analytic investigation of the relationship between emotional intelligence and health.” Personality and Invididual Differences 42: 921-933.[/fonte]