Cancro da pele: o sol e a radiação solar

A Humanidade, desde os seus primórdios, teve um fascínio pelo Sol. Respeitado e venerado por diversas culturas, o Deus Sol regeu o quotidiano dos nossos antepassados que lhe dedicaram sacrifícios, templos, orações e festividades. Embora seja um fascínio diferente, este mantém-se na actualidade.

O Sol é o principal corpo celeste do nosso sistema solar. Esta estrela, 100 vezes maior que o nosso planeta, emite constantemente energia ou radiação electromagnética, a chamada radiação solar. Esta radiação é constituída por subtipos, das quais incluem a radiação ultravioleta (UV) e os infravermelhos. Parte da radiação solar é reflectida ou filtrada pela atmosfera terrestre, na qual a camada do ozono tem um papel muito importante. Com esta camada, o nosso planeta coloca-se na linha da frente para a protecção contra os raios solares, nomeadamente os UV. Os gases com efeito de estufa e outros que contribuem para a diminuição dessa camada, estão a potenciar o aumento do risco de cancro da pele na população em geral, para além de a radiação que atravessa a atmosfera terrestre não ter sempre a mesma intensidade.

Já foi referido que o Sol emite radiações de forma contínua, mas a intensidade é maior quando o Sol está no zénite, ou seja, no seu meio-dia solar, o que na Terra corresponde ao período das 13 às 15 horas. É efectivamente nesse período que existe maior risco de desenvolver queimaduras solares. Para além disso, essa intensidade não é igual ao longo do ano. Devido ao eixo de rotação do nosso planeta, a intensidade dos raios solares é maior entre Maio e Setembro, com um pico no mês de Julho. Isto corresponde aos períodos de tempo quente, da época balnear e de férias, períodos em que a exposição aos raios solares é maior e durante mais tempo.

Relativamente à latitude, quanto mais próximo dos Trópicos maior a intensidade dos raios solares. Isto deve-se à maior verticalidade dos raios, que assim atravessam menores camadas de atmosfera. Já na altitude, quanto maior esta for, maior será essa intensidade.

Alguns factores, como as nuvens, a poluição, o vento e as actividades aquáticas (mergulho, natação, andar de barco), diminuem a sensação de calor na pele provocada pelos raios infravermelhos. Este “sinal de alerta”, como denominam alguns autores, ao ser camuflado pode aumentar o tempo de exposição solar e assim contribuir para a ocorrência de queimaduras solares. Não se esqueça que a intensidade dos raios solares é maior num dia com nuvens moderadas entre as 13 e as 15 horas, do que num final de tarde sem nuvens.

Nestes períodos e nos locais onde a intensidade dos raios solares é maior (alguns desses locais poderão ser destinos de férias) deverá seguir com maior rigor as medidas de protecção cutânea e diminuir a exposição solar. Essas medidas gerais já foram publicadas no meu texto  “O sol já espreita”.

Bibliografia: AVRIL, M. [et al] – Exposição solar: benefícios, riscos e prevenção.; Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Sol)

Miguel Oliveira, natural de Braga, licenciado em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem de Calouste Gulbenkian – Universidade do Minho (2007), com passagem por Itália na área oncológica ao abrigo do programa de intercâmbio Europeu ERASMUS. Formador com CAP (2008), Pós-Graduado em Neuropsicologia de Intervenção pelo CRIAP/Associação Portuguesa de Neuropsicologia (2010). Colaborou no IEFP como formador. Iniciou a atividade de enfermagem em 2008 num hospital oncológico em Portugal, atualmente exerce a profissão no Reino Unido. Colaborou em vários projetos relacionados com a prevenção primária e apoio a doentes com cancro colo-rectal e seus familiares (Europacolon Portugal). Membro ativo na Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa, atualmente colaborador no Workgroup Dor. Por indicação do autor, os seus textos não obedecem ao novo acordo ortográfico.     Miguel Oliveira, born in Braga, Portugal, completed the Nursing License Degree at Calouste Gulbenkian Superior Nursing School, University of Minho (2007), with oncology experience in Italy under the European student exchange program ERASMUS. Former certified by IEFP (2008), completed the Post-Graduate Degree in Neuropsychology Intervention at CRIAP/ Portuguese Society of Neuropsychology (2010). Collaborated with IEFP as a former. Started as a Nurse Staff in 2008 in a cancer hospital in Portugal, at the moment is a Registered Nurse working in the UK. Collaborated in several projects dedicated to cancer primary prevention and support to colorectal cancer patients and its family (Europacolon Portugal). Active member of the Portuguese Association of Oncology Nursing, at the moment collaborates with the Pain Workgroup.