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Fibras na dieta ligadas à resposta da imunoterapia no cancro

imunoterapia

A imunoterapia tem-se mostrado promissora no tratamento de muitos tipos de cancro. Estas terapias estimulam o sistema imunológico e ajudam o corpo a combater o cancro, onde se inclui o melanoma, um tipo potencialmente mortal de cancro de pele.

Mas enquanto em algumas pessoas que recebem imunoterapia, os tumores diminuem ou até desaparecem, outras não respondem ao tratamento e por isso os fatores que afetam as respostas individuais à imunoterapia têm sido alvo de diversos estudos.

Os microorganismos encontrados no intestino, ou microbiota intestinal, surgiram como um desses fatores. Acredita-se que os microorganismos intestinais desempenhem um papel na resposta imune do corpo. Os primeiros estudos descobriram que a modificação da microbiota intestinal pode melhorar a resposta do tumor à imunoterapia.

Pesquisadores liderados por Giorgio Trinchieri do National Cancer Institute (NCI) do NIH e por Carrie Daniel e Jennifer Wargo, do M.D. Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, examinaram as ligações entre dieta, microbiota intestinal e resposta à imunoterapia em 128 pessoas com melanoma.

Os participantes relataram os seus padrões alimentares e o uso de suplementos probióticos um mês antes do inicio da imunoterapia. Colheram-se amostras de fezes para analisar a microbiota intestinal dos participantes. Os resultados foram publicados a 24 de dezembro de 2021, na revista científica Science.

Os indivíduos que relataram maior ingestão de fibras, que promovem uma microbiota intestinal saudável, tiveram, no geral, melhor resposta ao tratamento. Após o ajuste para outros fatores, verificou-se que cada aumento de 5 gramas na ingestão diária de fibras correspondia a uma redução de 30% no risco de progressão do tumor ou morte.
As pessoas que ingeriam mais fibras e não usavam probióticos tiveram as melhores respostas à imunoterapia. Os probióticos não parecem melhorar a sobrevivência. Na verdade, os dados sugeriram que podem diminuir a sobrevivência.

A equipa confirmou estes resultados em ratinhos com tumores de melanoma que foram tratados com imunoterapia. Os ratinhos alimentados com uma dieta rica em fibras tiveram um crescimento tumoral mais lento do que os alimentados com uma dieta pobre em fibras.
Os ratinhos alimentados com a dieta rica em fibras também tinham mais células imunes anti-cancerígenas nos seus tumores. Em contraste, a dieta não afetou o crescimento do tumor nos ratinhos sem bactérias intestinais.
Verificou-se ainda que os ratinhos que receberam probióticos tiveram uma resposta reduzida à imunoterapia e desenvolveram tumores maiores do que os ratinhos usados como controlos.

São necessários estudos maiores, que incluam pessoas com outros tipos de tumores, que ajudem a compreender melhor a relação entre dieta, microbiota intestinal e imunoterapia.

[fonte]Texto traduzido de NIH Research Matters. January 25, 2022. Fiber in diet linked to cancer immunotherapy response. Crédito das imagens: cdhf.ca [/fonte]

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