O neurinoma do acústico, também conhecido como schwannoma vestibular, é um tumor benigno do nervo auditivo, geralmente de crescimento lento. No entanto, com o tempo, o crescimento pode envolver nervos e estruturas vizinhas, responsáveis por funções vitais. Tumores maiores podem fazer pressão sobre o tronco cerebral, colocando em risco a circulação normal de fluido cefalorraquidiano. Este aumento da pressão intracraniana pode levar a hidrocefalia, potencialmente mortal.
Os principais sintomas do neurinoma do acústico são:
• perda auditiva unilateral, mais acentuada nos sons agudos, que se agrava com o passar dos anos, podendo levar a surdez total
• zumbido, de tonalidade aguda
• perda de equilíbrio e vertigem
• dormência e fraqueza dos músculos faciais, por pressão do tumor sobre os nervos próximos (nervo facial e nervo trigémeo)
• dores de cabeça, devido a um aumento da pressão intracraniana ou distúrbios vasculares locais
• problemas de deglutição, que podem ocorrer por pressão dos nervos vago e hipoglosso
A maior parte dos neurinomas do acústico aparece apenas num dos ouvidos (95%) e surge mais comumente em pessoas com idades entre os 30 e 60 anos. Os neurinomas bilaterais (5%) são mais frequentes em pessoas com neurofibromatose tipo 2. Nesta patologia, geralmente, aparecem outros tumores semelhantes no resto do corpo.
Para se fazer o diagnóstico do neurinoma do acústico é necessário recorrer a diferentes exames:
• exames imagiológicos, como a tomografia axial computorizada (TAC) e a ressonância magnética
• audiograma tonal e vocal (avaliação do tipo e grau de surdez)
• exame de potenciais evocados auditivos (avaliação das respostas elétricas do tronco cerebral)
• Videonistagmografia (avaliação do sistema vestibular em caso de vertigem associada).
O diagnóstico precoce pode evitar que o tumor se desenvolva de forma a causar graves consequências, como compressão do tronco cerebral, tornando-se fatal.
As prioridades do tratamento do neurinoma do acústico são a preservação da função do nervo facial, otimização dos resultados auditivos e manutenção da qualidade de vida.
Fatores como a idade do paciente, o tamanho e taxa de crescimento do tumor, assim como a gravidade dos sintomas, ajudam na decisão das opções de tratamento mais apropriadas.
O neurinoma pode passar por 3 fases:
1ª) Fase otológica – perda auditiva unilateral, zumbido e vertigem
2ª) Fase otoneurológica – em que aparecem sintomas neurológicos relacionados com alterações de outros nervos cranianos
3ª) Fase de hidrocefalia terminal.
O tratamento do Neurinoma do Acústico implica monitorização regular, radiação e remoção cirúrgica. Tumores muito pequenos, que não causam sintomas, podem ser controlados apenas por ressonância magnética a cada 6 ou 12 meses. Como o seu crescimento é lento, a intervenção imediata nem sempre é necessária. Se o tumor aumentar, causando sintomas significativos, pode ser necessária intervenção, feita por neurocirurgião. Esta pode ser uma intervenção clássica por processo neurocirúrgico para remoção do tumor, sobretudo em casos de tumores maiores.
Quando o tamanho é inferior a 3 cm pode-se recorrer a um método não invasivo, Gamma Knife, também conhecido como radiocirurgia estereotáxica, que fornece radiação direcionada ao tumor, preservando o tecido saudável circundante.Esta radioterapia, visando reduzir o crescimento do neurinoma, tem efeitos secundários mais reduzidos e é indolor.
Os diferentes avanços microcirúrgicos têm tornado os procedimentos da neurocirurgia mais seguros e eficazes, facilitando o processo de recuperação.
O risco de complicações auditivas e nervosas faciais após a cirurgia é diretamente proporcional ao tamanho do neurinoma do acústico.
Mesmo após o tratamento, alguns pacientes podem ficar com perda auditiva. Nestas situações existem diferentes soluções de reabilitação auditiva, nomeadamente, aparelhos auditivos, implantes cocleares ou implantes auditivos de tronco cerebral.
[fonte]Referência: Mayo Clinic (2018). “Neurinoma del acústico”. In: https://www.mayoclinic.org/es-es/diseases-conditions/acoustic-neuroma/symptoms-causes/syc-20356127. Créditos de imagem: https://drhueteneurocirujano.es/portfolio-item/neurismas-neurocirugia-huete/[/fonte]