Adoptar um estilo de vida saúdavel

Gostou? Partilhe

Escala de Bristol: avaliar a consistência das fezes

escala de bristol

A escala de Bristol foi desenvolvida em 1997 por um grupo de investigadores da Bristol Royal Infirmary da Universidade de Bristol, para dar resposta à falta de registo clínico do tempo do trânsito intestinal. Esta escala reflete as diferenças no conteúdo da água e a atividade do ecossistema do cólon e é um melhor preditor para o tempo do trânsito intestinal que o número de dejeções diárias.

A escala de Bristol é uma ferramenta visual que tem como objetivo avaliar a forma e consistência das fezes. É composta por 7 representações em que pontuações mais baixas correspondem a fezes firmes e trânsito intestinal lento e pontuações mais altas a fezes mais moles e trânsito intestinal mais rápido. As representações 1 e 2 estão associadas a obstipação, as representações 3 a 5 a fezes com consistência normal e as representações 6 e 7 estão associadas a diarreia moderada e severa respetivamente.

Alterações no tempo do trânsito intestinal estão associadas a algumas patologias ou alterações funcionais do intestino e por isso justifica-se conhecer a consistência das fezes. É nesta tarefa que a escala de Bristol pode ajudar. Um trânsito intestinal rápido dificulta a absorção de nutrientes no intestino, altera o turnover bacteriano e acidifica o colon distal. Por outro lado, um trânsito intestinal lento altera o crescimento bacteriano e o seu metabolismo, o metabolismo dos ácidos biliares e do estrogénio, aumentando também o risco para cancro do cólon.

A consistência das fezes parece também estar associada à composição e abundância da microbiota intestinal e ao crescimento bacteriano. Variações na consistência das fezes estão associadas a alterações na composição da microbiota intestinal (estrutura da comunidade microbiana e diversidade). Este facto mostra mais uma vez que é importante conhecer a consistência das fezes, já que uma elevada riqueza e diversidade da microbiota intestinal tem sido associada a estabilidade e resiliência do ecossistema intestinal e um reduzido número de espécies tem sido associado a doença.

Vejamos alguns factos:
– Amostras com menor riqueza de microrganismos são mais frequentes em fezes mais soltas.
– Maior abundância de Methanobrevibacter está associada a fezes mais rijas. Pensa-se que o metano tem um papel ativo no atraso do trânsito intestinal e as Methanobrevibacter são bactérias produtoras de metano.
– As bactérias Methanobrevibacter e Akkermansia aumentam com a firmeza das fezes e por isso são mais prevalentes em indivíduos com trânsito intestinal mais lento.
– As bactérias Bacteroides são mais abundantes em fezes mais soltas.
– Indivíduos com mais tendência para obstipação parecem apresentar menores níveis de F. prausnitzii, o que poderá sugerir menor produção de butirato.

Referências: S. J. Lewis & K. W. Heaton (1997) Stool Form Scale as a Useful Guide to Intestinal Transit Time, Scandinavian Journal of Gastroenterology, 32:9, 920-924. Shiro Y, Arai Y-C, Ikemoto T, Hayashi K (2017) Stool consistency is significantly associated with pain perception. PLoS ONE 12(8): e0182859. Arai YC, et al. The Association Between Constipation or Stool Consistency and Pain Severity in Patients With Chronic Pain. Anesth Pain Med. 2018 Aug 11;8(4):e69275.Vandeputte, Doris et al. “Stool consistency is strongly associated with gut microbiota richness and composition, enterotypes and bacterial growth rates.” Gut vol. 65,1 (2016): 57-62. Imagem adaptada de: Lewis SJ, Heaton KW. Stool form scale as a useful guide to intestinal transit time. Scand J Gastroenterol. 1997;32(9):920-924. Maruyama, Masaki & Kamimura, Kenya & Sugita, Moeno & Nakajima, Nao & Takahashi, Yoshifumi & Isokawa, Osamu & Terai, Shuji. (2019). The Management of Constipation: Current Status and Future Prospects.

Há evidências que sugerem uma relação entre doenças cardíacas e perda auditiva, devido a alterações da hipertensão arterial. Saiba mais.
A surdez pode ter muitas causas e é importante saber quais as vias que podem contribuir para a prevenção da perda auditiva em adultos.
Reduzir o risco de cancro da próstata começa com uma importante medida de prevenção que pode ser adotada por si. Informe-se!
A prevenção da surdez na criança é imperiosa e quando inevitável, é importante atuar em tempo útil, com reabilitação auditiva. Saiba mais