Mantenha o perímetro da cintura para menos de metade da sua altura!
É um conselho simples, que conduz a uma avaliação fácil, e que pode traduzir-se na prevenção de alguns tipos de cancro e de outros riscos para a saúde. A diabetes, a hipertensão, o acidente vascular cerebral, a dislipidemia e a doença cardiovascular estão associadas ao excesso de gordura abdominal.
Para medir o perímetro da cintura, tudo o que precisa é de uma fita métrica.
E deve seguir alguns passos:
- coloque a fita em torno da cintura, ao nível do umbigo
- certifique-se de que está nivelada horizontalmente. Verifique na parte dorsal, não muito apertada e não prenda a respiração durante a medição
- Expire, verifique o valor na fita métrica e registe.
Após medição, calcule a razão cintura/estatura (o valor que registou divide pela altura) para avaliar a distribuição central da gordura. O valor limite aceitável deve ser inferior a 0,5.
O perímetro da cintura, só por si, avalia o excesso de gordura na zona abdominal. Um perímetro da cintura superior a 88 cm nas mulheres e 102 cm nos homens, representa um risco muito alto de desenvolver doença cardíaca e diabetes. Com valores superiores a estes aconselha-se a tomar medidas para solucionar o excesso de peso. Independentemente de ter um Índice de Massa Corporal (IMC) saudável, o excesso de gordura abdominal é um indicador de risco.
O IMC é o método mais usado para determinar o excesso de peso e obesidade, mas não fornece informação precisa sobre a distribuição da gordura corporal.
A distribuição da gordura abdominal relaciona-se com o prognóstico de risco para a saúde. A obesidade central está fortemente associada às doenças cardiovasculares, comparativamente com a obesidade geral.
Concomitantemente, na ausência de excesso de gordura corporal, o risco da maioria dos cancros está substancialmente reduzido. Há evidências suficientes que concluem que, com o aumento de peso, há um risco aumentado de desenvolver certos tipos de cancro.
Perimetro da cintura e a prevenção do cancro
A prevenção do cancro do colo-retal, do adenocarcinoma do esófago, carcinoma do rim, da mama (pós-menopausa) e útero passa, também, por evitar o ganho de peso e o excesso de gordura corporal, reduzindo o risco.
Alguns mecanismos celulares e moleculares alterados durante a carcinogénese estão ligados à obesidade. Entre elas estão as alterações metabólicas e endócrinas, incluindo as alterações no metabolismo hormonal das glândulas sexuais, da insulina e da sinalização do fator de crescimento da insulina (IGF), das adipocinas ou das vias inflamatórias.
Perder peso afeta positivamente estes mecanismos. Os efeitos benéficos parecem ser regulados através do equilíbrio entre a proliferação celular e a apoptose, processos determinantes e já conhecidos durante a carcinogénese.
Para melhor saúde, a cintura deve ser menos de metade da sua altura.
Se registar valores superiores, fale com o seu médico de família e marque uma consulta de nutrição com um profissional devidamente habilitado para o ajudar a perder peso – um nutricionista.
Através de um programa nutricional acompanhado e orientado para solucionar o excesso de peso, os objectivos propostos na consulta, quando acompanhados de esforços reais, são alcançados.
[fonte]Referências:Ashwell, M., & Gibson, S. (2014). A proposal for a primary screening tool:Keep your waist circumference to less than half your height’. BMC medicine, 12(1), 207.;Lauby-Secretan, B., Scoccianti, C., Loomis, D., Grosse, Y., Bianchini, F., & Straif, K. (2016). Body fatness and cancer—viewpoint of the IARC Working Group. New England Journal of Medicine, 375(8), 794-798.; Creative Commons, Uploaded by: Wikiphoto [/fonte]