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18F-FDG: o segredo está na glicose!

O 18F-FDG é um radiofármaco vulgarmente utilizado na Medicina Nuclear para o diagnóstico e estadiamento de diversas patologias, entre as quais se encontra o cancro. A utilização do 18F-FDG permite obter imagens funcionais através da técnica de tomografia por emissão de positrões (PET, do inglês positron emission tomography).

18F-FDG é internalizado nas células através dos mecanismos celulares de aporte de glicose

O radiofármaco 18F-FDG é composto por uma molécula estruturalmente análoga à glicose e por um isótopo radioativo, o flúor-18 (18F). Devido à similaridade do 18F-FDG com a glicose, este radiofármaco é indiferenciadamente metabolizado pelas células. Desta forma, após a administração do 18F-FDG ao doente, este radiofármaco acumula-se nas células como se de glicose se tratasse. Uma vez que as células cancerígenas possuem um metabolismo celular aumentado em relação às células saudáveis, o 18F-FDG é rapidamente internalizado pelas células tumorais com o objetivo de suprimir as suas elevadas necessidades energéticas. Por este motivo, o 18F-FDG tem sido largamente utilizado em estudos na área da Oncologia, uma vez que os tumores malignos exibem, na maioria das vezes, um aumento de concentração de glicose e, consequentemente, de 18F-FDG.

A emissão de radiação permite conhecer a função e localização tumoral

O isótopo radioativo 18F é um núcleo instável que se transforma espontaneamente em outro mais estável, emitindo neste complexo processo radiação ionizante na forma de partículas (positrões). A emissão de radiação ionizante e a consequente deteção da mesma através de detetores dedicados, permite localizar o 18F-FDG no interior do corpo humano e, consequentemente, das células cancerígenas. Desta forma, após o período de biodistribuição do radiofármaco no interior do corpo humano, que dura em média 1 a 2 horas, as equipas médicas são capazes de localizar as células cancerígenas com recurso à utilização de um complexo sistema de deteção e tratamento de imagem, vulgarmente denominado por PET.

Da descoberta da radioatividade às imagens funcionais, em aproximadamente um século os avanços registados têm sido exponenciais. Atualmente, a PET é uma técnica que encontra diversas aplicações clínicas, das quais se destacam a oncologia, a neurologia e a cardiologia. No entanto, a PET é uma técnica em franco desenvolvimento em várias frentes. A fusão de imagens PET com imagens obtidas a partir de outras técnicas imagiológicas, como a tomografia axial computarizada (TAC), é já uma realidade e oferece informação complementar no que diz respeito à função e localização anatómica. De referir também que a Medicina Nuclear está a ser aplicada em pequenos animais, especialmente hamsters e ratos, com o intuito de elucidar mecanismos de doenças, desenvolver e testar novos fármacos e demonstrar funções de genes específicos. Por outro lado, o aperfeiçoamento de equipamentos dedicados e o desenvolvimento e aplicação de novos radiofármacos tem vindo a revolucionar o diagnóstico, estadiamento e tratamento de inúmeras doenças. 

[fonte] Referências:Moses, W. W. (2001). Trends in PET imaging. Elsevier – Nuclear instrumentation and methods in physics research 471, 209-214.;Rahmim, A. (2006). PET vs. SPECT: in the context of ongoing developments. Journal of Nuclear Medicine 14, 25.;Maher, K. (2004). Basic Physics of Nuclear Medicine, pp. 4-63. Wikibooks (acesso a 24 de Abril de 2008).; Patton, D. D. (2003). The Birth of Nuclear Medicine Instrumentation: Blumgart and Yens, 1925. Journal of Nuclear Medicine 44, 1362–1365;Brito, A.F. et al. (2014). Positron emission tomography diagnostic imaging in multidrug-resistant hepatocellular carcinoma: focus on 2-deoxy-2-(18F)Fluoro-D-Glucose. Molecular Diagnosis & Therapy 18 (5), 495-504. Fonte da imagem:http://www.medscape.com [/fonte]

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