Hábitos alimentares na infância: a importância das regras

Permissivos ou autoritários? Como devem agir os educadores no que diz respeito à educação alimentar? Estas são as questões que muitas vezes me são colocadas pelos pais: Devo permitir de vez em quando? Devo impor regras? Devo negociar?

O Departamento de Pediatria da School of Medicine and Biomedical Science, Universidade de Bufalo, apresentou no encontro anual da The Obesity Society and the American Society for Metabolic and Bariatric Surgery, as conclusões da sua investigação onde se pretendeu estudar se, as crianças de idade pré-escolar, cujos pais têm regras sobre o que os filhos podem ou não comer, têm hábitos alimentares mais saudáveis do que os educados sem essas regras.

Este estudo relaciona ainda a capacidade da criança auto-regular e controlar os impulsos e comportamentos face aos alimentos, com a presença ou ausência de regras alimentares impostas pelos pais, aos 2 e aos 4 anos de idade.

Para determinar até que ponto uma criança com 2 anos de idade tem autocontrolo nas escolhas alimentares, foi pedido aos pais o registo da frequência com que a criança exibia resposta emotiva e, ou comportamental, como irritabilidade, suplica ou choro, e a sua capacidade de esperar por algo.

Os investigadores encontraram associação entre o autocontrolo nas crianças com 2 anos e o consumo de sumos de fruta, fruta fresca, vegetais ou, refrigerantes, fast food, snacks salgados ou guloseimas.

As crianças em idade pré-escolar cujos pais não tinham regras alimentares, ingeriam 25% mais refrigerantes do que as crianças com regras.

Xiaozhong Wen, Professor na Universidade de Buffalo, concluiu: a combinação das regras alimentares impostas pelos pais e a capacidade de auto-controlo da criança resultam mais eficazmente para que a criança coma de uma forma saudável.

Os pais podem fazer esta diferença incutindo o auto-controlo e as regras alimentares.

Referências: Ellen Goldbaum. Preschoolers eat healthy when parents set rules about food, UB study finds. Official UB news and information for the media, University at Buffalo. November 7, 2014. [online] http://www.buffalo.edu/news/releases/2014/11/008.html.

Marisa Figueiredo, nutricionista licenciada em Ciências da Nutrição e mestre em Nutrição Clínica, pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, iniciou atividade clínica em 2004. É doutoranda na Faculdade de Medicina de Lisboa no curso de Doenças Metabólicas e de Comportamento Alimentar. Desenvolve atividade docente desde 2007 e colabora frequentemente em ações de divulgação na promoção da saúde e prevenção das doenças crónicas. Dedica o seu trabalho à nutrição clínica, no adulto e na criança, com particular interesse pela alimentação e saúde infantil. Acredita que o seu trabalho deve assentar essencialmente na mudança de atitudes face a comportamentos que possam pôr em risco a saúde. A estratégia adoptada passa por fazer chegar a mensagem aos pais e seus educandos. A prevenção começa in útero. Colaboradora do Stop Cancer Portugal desde Janeiro de 2013. Por indicação do autor, os seus textos não obedecem ao novo acordo ortográfico.     Marisa Figueiredo is a nutritionist, graduated in Nutritional Sciences and has a Master degree in Clinical Nutrition of the Institute of Health Sciences Egas Moniz. Started her clinical activity in 2004. She is a PhD student in Metabolic Diseases and Feeding Behavior at the School of Medicine of Lisbon. Develops teaching activity since 2007 and collaborates frequently in actions and workshops for promoting health and preventing chronic diseases. His work is dedicated to clinical nutrition in adults and children, with particular interest in child´s health and nutrition. She believes that her work should be based on attitudes and behaviours’ changing and prevention begins in utero. Collaborates in Stop Cancer Portugal since January 2013.