Parto por cesariana: risco para obesidade infantil
Actualmente, perto de um terço dos nascimentos ocorrem por cesariana e, segundo o Centers for Disease Control and Prevention, este número continua a aumentar.
Em estudos anteriores, o parto por cesariana foi relacionado com aumento de risco para asma e rinite alérgica na criança. Qual a relação entre parto por cesariana e obesidade do bebé? Um estudo coorte com duração de 3 anos, responde.
Foram recrutadas 1255 mulheres, antes das 22 semanas de gestação, e seguidas ao longo da gravidez. Os seus filhos foram seguidos e avaliados ao nascimento, aos 6 meses e ao fim dos 3 anos de idade. Foi medido o peso, a altura e a composição corporal através da medição das pregas cutâneas.
Mães que tiveram parto por cesariana por comparação com parto natural (vaginal), tendem a ser mais pesadas, o peso do recém-nascido para a idade gestacional tende a ser maior e o período de amamentação tende a ser menor.
Independentemente do peso ao nascer do bebé e depois de eliminar factores de confundimento como por exemplo o peso materno, ao fim dos 3 anos de idade 16 % das crianças nascidas por cesariana eram obesas, comparativamente com 7,5 % das crianças nascidas em parto vaginal.
Os autores do estudo propõem como uma das causas possíveis, a composição da flora intestinal do bebé adquirida a partir dos dois tipos de parto.
Investigações anteriores mostram que crianças nascidas a partir de parto por cesariana têm um maior número de bactérias intestinais Firmicutes e menor número de bactérias Bacteroides. As bactérias intestinais Firmicutes foram encontradas em estudos anteriores, em maior número em pessoas obesas.
Segundo os mesmos autores, é possível que o tipo de bactérias intestinais possam intensificar o desenvolvimento de obesidade, pelo facto de aumentarem a absorção intestinal, por estimularem o impulso celular na resistência à insulina, inflamação e deposição de gordura.
Fonte da imagem:Tim Bish on Unsplash