Quando está muito calor sabe mesmo bem uma salada refrescante.
Que tal comer uma salada em que o pepino seja a personagem principal?
O pepino tem a fama de ser indigesto. Se é, significa que não reagimos todos de forma igual e estamos dependentes de várias circunstâncias, o que prova que não é para todos.
Os valores nutricionais do pepino são convincentes para que este legume deva estar muitas vezes presente nas saladas das refeições principais, sobretudo no verão. Comecemos pelo que preocupa a maioria das pessoas: as calorias. O pepino tem 12 calorias por 100 gramas e o seu teor em água é elevado (97%), o que lhe confere um sabor frio e húmido. Esse peso é obtido com cerca de 12 rodelas, de ½ centímetro de espessura, aproximadamente.
O pepino é bastante rico em vitaminas (vit. A e vit. C) e sais minerais: potássio, fósforo, cálcio, magnésio, flúor, selénio e ferro, por ordem decrescente desta descrição. Todos eles têm funções insubstituíveis no organismo, para o seu melhor desempenho. Falemos hoje, por exemplo, do potássio, o mineral mais abundante no pepino. O potássio é responsável pelo controlo do nível dos fluidos e do equilíbrio ácido/base, dois mecanismos vitais de regulação do organismo. Também proporciona flexibilidade aos músculos e elasticidade às células, como as da pele, permitindo assim o seu rejuvenescimento e que hoje se torna importante por questões estéticas.
No pepino também é possível encontrar um composto bioativo, um fitoquímico, chamado lupeol, uma promissora “arma” anticancerígena da classe dos triterpenóides.
Este fitoquímico tem sido alvo de muitas publicações científicas nos últimos 5 anos porque tem um amplo espectro de atividades biológicas, nomeadamente aplicação nas linhas celulares responsáveis por certos tipos de cancro.
Um artigo de revisão publicado na revista Cancer Letters fala dos efeitos anticancerígenos do lupeol. Foram observados efeitos no melanoma (por inibição do crescimento de melanomas altamente metastáticos através da modulação dos níveis das protéinas Bcl-2 e Bax) e na leucemia promielocítica aguda (por indução da apoptose das células HL-60). O lupeol também induz a morte celular de diversas linhas celulares cancerígenas: células T da leucemia linfoblástica aguda, células MCF-7 do carcinoma da mama, linha A-549 do carcinoma do pulmão, células RPMI 8226 no mieloma múltiplo e células HeLa no cancro do colo do útero. O lupeol consegue inibir a proliferação das células MDA-MB-231 do cancro da mama e inibe a migração das células do neuroblastoma e do adenocarcinoma do pulmão. E, ainda, induz a morte, por apoptose, das linhas celulares AsPC-1 e Panc-1 cancerígenas do pâncreas com mutação Kras.
O lupeol é um composto naturalmente existente em outros legumes e frutas como o repolho, o pimento, o tomate, o morango, a azeitona, a manga e as uvas vermelhas. Mas, agora, nos dias mais quentes do verão, aproveite: inclua pepino fresco na sua refeição!
[fonte]Referências: U.S. Department of Agriculture, Agricultural Research Service. 2012. USDA National Nutrient Database for Standard Reference, Release 25. Nutrient Data Laboratory Home Page, http://www.ars.usda.gov/ba/bhnrc/ndl; SALEEM, Mohammad. Lupeol, a novel anti-inflammatory and anti-cancer dietary triterpene. Cancer letters, 2009, 285.2: 109-115. [/fonte]
Versão editada do texto publicado a 16.07.2010: http://stopcancerportugal.com/2010/07/16/pepino-fresco-lupeol/