Couve – flor que nutre!
As flores dão-nos alegrias, oferecem cores e cheiros carregados, ora de memórias, ora de emoções. Mas há um tipo de flores, pequenos botões de flor, também denominados pedúnculos florais que, não chegando a abrir, constituem a couve-flor. Estamos, portanto, perante uma flor que nutre.
A couve-flor possui uma ampla gama de nutrientes potencialmente anticancerígenos onde se incluem a fibra dietética, as vitaminas C e K, os folatos e duas classes de fitoquímicos: a classe dos flavonóides, donde se destacam a luteolina, o kaempferol e a quercetina, e a classe dos glucosinolatos, elementos potentes, apenas disponíveis nos vegetais do género Brassica, do qual a couve-flor é membro.
As investigações que têm sido levadas a cabo nos últimos cinco anos identificaram que a couve-flor possui, em maior concentração, dois glucosinolatos: a glucobrassicina e a sinigrina. Estes dois compostos sofrem, durante a digestão, processos bioquímicos que os convertem em duas moléculas biologicamente ativas, o isotiocianato e o índole-3-carbinol. Estes compostos são apontados pela maioria dos especialistas como exibindo uma potente atividade anticancerígena.
O sulforafano, que é um isotiocianato, e que existe na couve-flor, atua sobretudo através da inativação e ativação de fatores de transcrição muito específicos, desencadeando, em simultâneo, o processo de apoptose (morte celular) nas células cancerígenas. A índole-3-carbinol tem atividade antiangiogénica: inibe a proliferação celular que leva à formação de tubos e redes vasculares, induzindo morte celular.
O estudo EPIC, European Prospective Investigation into Cancer, acompanhou os hábitos alimentares e a saúde de 521.468 indivíduos em 10 países, entre 1991 e 2000 e levou à recomendação de uma ingestão diária adequada de vegetais da família das couves. O consumo regular de couve-flor, bem como de outros vegetais crucíferos, foi associado a uma diminuição de 23% do risco de carcinoma do pulmão (carcinoma de células escamosas do pulmão). Este estudo também comprovou uma redução, em 50%, de risco de cancro do trato digestivo superior (cavidade oral, faringe, laringe e esófago) quando o consumo de couve-flor e repolho era superior a 34 g por dia, comparativamente com indivíduos que apenas consumiam uma média de 3 gramas por dia destes vegetais.
Tome nota! Oito (8) raminhos de couve-flor pesam aproximadamente 100 gramas, correspondem a cerca de 24 calorias e disponibilizam alguns dos nutrientes imprescindíveis para a saúde, tais como 2,5 g de fibras, especialmente fibra insolúvel, 46,4 mg de vitamina C e uns excelentes 43 mg dos potentes glucosinolatos.
Como cultivar os seus primeiros brócolos? » Stop Cancer Portugal
2, Julho, 2012 @ 12:07
[…] brócolos tal como outras Brassicas, como é o repolho e a couve-flor, têm as suas folhas superiores do caule encaixadas umas nas outras, formando a “cabeça”, por […]