As Centrais Nucleares e Cancro da Tiróide

Tiróide
Tiróide

Nos últimos dias, a atenção mundial está centrada no Japão, particularmente na central nuclear de Fukushima. Devido aos danos provocados pelo maremoto na central nuclear, a falha nas tentativas de arrefecimento e as explosões que se seguiram, fizeram com que o risco de exposição à radiação ionizante se tornasse numa situação bem real.

Esta radiação ionizante pode produzir efeitos imediatos ou a curto prazo, como a diarreia, náuseas e vómitos. Uma exposição mais prolongada pode provocar, entre outros, diminuição do apetite, fadiga, alterações na pele, cancro da tiróide.

A tiróide é uma glândula localizada no pescoço, em frente à traqueia. Produz várias hormonas que interferem em diversos processos do organismo, nomeadamente no metabolismo. O iodo é o principal elemento para a produção dessas hormonas.

O cancro da tiróide pode manifestar-se pela rouquidão, dificuldade na deglutição, dificuldade na respiração ou pela presença de um nódulo linfático aumentado no pescoço. No entanto, o tumor pode desenvolver-se sem provocar sintomatologia.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), a grande maioria (cerca de 90% dos casos) dos cancros da tiróide tem bom prognóstico. As formas mais comuns deste cancro são a folicular e a papilar. Esta última tem maior potencial para provocar metástases nos pulmões e ossos. A radiação ionizante aumenta a probabilidade de desenvolver a forma papilar.

O tratamento, como em todos os cancros, vai depender da extensão do tumor, se existe ou não invasão de outros tecidos e se já provocou metastização. Por norma, a cirurgia para remoção parcial ou total da tiróide é o método mais usado. No entanto, pode ser necessário complementar a cirurgia com radioterapia ou administração de iodo radioactivo.

Miguel Oliveira, natural de Braga, licenciado em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem de Calouste Gulbenkian – Universidade do Minho (2007), com passagem por Itália na área oncológica ao abrigo do programa de intercâmbio Europeu ERASMUS. Formador com CAP (2008), Pós-Graduado em Neuropsicologia de Intervenção pelo CRIAP/Associação Portuguesa de Neuropsicologia (2010). Colaborou no IEFP como formador. Iniciou a atividade de enfermagem em 2008 num hospital oncológico em Portugal, atualmente exerce a profissão no Reino Unido. Colaborou em vários projetos relacionados com a prevenção primária e apoio a doentes com cancro colo-rectal e seus familiares (Europacolon Portugal). Membro ativo na Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa, atualmente colaborador no Workgroup Dor. Por indicação do autor, os seus textos não obedecem ao novo acordo ortográfico.     Miguel Oliveira, born in Braga, Portugal, completed the Nursing License Degree at Calouste Gulbenkian Superior Nursing School, University of Minho (2007), with oncology experience in Italy under the European student exchange program ERASMUS. Former certified by IEFP (2008), completed the Post-Graduate Degree in Neuropsychology Intervention at CRIAP/ Portuguese Society of Neuropsychology (2010). Collaborated with IEFP as a former. Started as a Nurse Staff in 2008 in a cancer hospital in Portugal, at the moment is a Registered Nurse working in the UK. Collaborated in several projects dedicated to cancer primary prevention and support to colorectal cancer patients and its family (Europacolon Portugal). Active member of the Portuguese Association of Oncology Nursing, at the moment collaborates with the Pain Workgroup.