Numa altura de encerramento do Ano Velho e início de Ano Novo somos invadidos pela televisão, pela rádio e por revistas que nos falam do balanço anual e dos planos para os meses que se seguem. A tradição das doze badaladas e dos doze desejos só vem contribuir ainda mais para a reflexão do que ficou para trás e verbalização dos objectivos que pretendemos atingir.
Para tal, nada melhor que uma agenda onde se planeie o onde, quando e como vamos concretizar aquele nosso desejo secreto. Mas já reflectiram que nessa agenda imaginária ou real nunca contemplamos logo à partida o dia da mamografia, da colheita de análises ou da ida ao dentista. Esses acontecimentos, por vezes considerados aborrecidos, deviam fazer parte duma agenda saudável, ficam relegados para segundo plano e quando verificamos já se passaram dois ou três anos sobre a data do exame de rotina que devíamos ter feito ou daquela consulta ao ginecologista que andamos a adiar desde a última gravidez.
Se numa pesquisa de rua perguntássemos ao cidadão anónimo o que mais pediu no início de cada ano, muitos de nós responderíamos saúde. No entanto, ao longo do ano pouco ou nada contribuímos para atingir o nosso objectivo.
A possível solução para este problema é arranjar efectivamente uma agenda, calendário, memorando ou outras formas criativas que nos ajudem a lembrar do que precisamos de fazer mensalmente. A vigilância do aspecto e tamanho dum sinal ou lesões na pele, por exemplo, pode ser o suficiente para detetar um tipo de cancro da pele conhecido como melanoma. A simples palpação das mamas ou testículos apenas exige 10 minutos por mês da nossa rotina e pode ser significativo no que toca a despistar o cancro da mama ou do testículo, cada vez mais comum entre a camada jovem da população portuguesa.
Para os exames periódicos pode optar por escolher o seu mês de nascimento para a ida anual ao médico de família com possível colheita de análises ou para consultar o dentista. Através de análises básicas ao sangue é possível detectar alterações indicativas do normal funcionamento de alguns órgãos ou numa consulta ao dentista verificar a existência de lesões que possam parecer suspeitas e mais tarde progredir para cancro da cavidade oral.
A realização do exame Papanicolau, para despistar cancro do colo do útero, também podia ser incluída neste período e simultaneamente, se tiver mais de 40 anos, verificar se já passaram dois anos desde que fez a última mamografia; ou no caso do homens requerer o exame à prostáta. A partir dos 50 anos, é recomendada a realização da colonoscopia total de dois em dois anos para despiste do cancro do intestino.
Além de todos estes conselhos para colocar na agenda não se esqueçam da importância que a alimentação, o exercício físico, a abstinência tabágica e uma mente relaxada têm na manutenção da nossa saúde. Use a sua imaginação para cumprir a agenda. Um simples gesto hoje pode influenciar o seu amanhã.
Bom Ano para todos.