As vias de disseminação tumoral

Um tumor pode permanecer circunscrito a uma só localização, a um só órgão, ou então invadir órgãos e estruturas adjacentes ou à distância. Estes dois mecanismos, a invasão e a metastização são as duas vias de disseminação tumoral.

Na disseminação por invasão, o tumor adquire a capacidade de penetrar e destruir as estruturas que estão próximas, nomeadamente órgãos, tecido muscular, vasos sanguíneos. Esta capacidade pode ser explicada por vários factores: (i) durante a cirurgia ou exames auxiliares de diagnóstico, como acontece na biopsia, os instrumentos cirúrgicos podem arrastar células tumorais para outros pontos; (ii) alguns tumores produzem substâncias que podem alterar ou danificar as membranas nos tecidos, facilitando a passagem das células tumorais; (iii) há medida que o tumor evolui, aumentam as necessidades de nutrientes e formam-se novos vasos sanguíneos que vão potenciar o seu crescimento. Este aumento de tamanho exerce maior pressão nas estruturas adjacentes nas quais provoca fendas, ou seja, portas de entrada para as células tumorais; (iv) as células tumorais têm uma maior afinidade de se “desprenderem” do tumor para assim circular no organismo.

Por seu lado, a disseminação por metastização ocorre, principalmente, quando as células tumorais são transportadas por via sanguínea ou linfática, para estruturas distantes do seu local de origem. O rápido crescimento tumoral, a formação de novos vasos sanguíneos e a afinidade das células tumorais para se “desprenderem” do tumor são os principais factores potenciadores deste tipo de disseminação. Na via sanguínea sabe-se que algumas células tumorais possuem uma afinidade para determinados órgãos: as células tumorais do cancro do pulmão, por exemplo, têm maior afinidade para causar metastização no cérebro, glândulas supra-renais, fígado e medula óssea.

Se as células tumorais alcançarem a via linfática (o sistema linfático é composto por vasos que transportam líquidos das células para a corrente sanguínea. Tem também funções de protecção contra os agentes estranhos) podem alojar-se ao longo da sua estrutura e aí provocar uma nova lesão tumoral. Pensa-se que nesta via de disseminação também possa existir uma afinidade de algumas células tumorais para se alojarem em determinados locais.

Assista à explicação no video.

Fontes de Informação:
http://www.cancer.gov/cancertopics/wyntk/lung/page1;
OTTO, Shirley – Enfermagem em oncologia.

Miguel Oliveira, natural de Braga, licenciado em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem de Calouste Gulbenkian – Universidade do Minho (2007), com passagem por Itália na área oncológica ao abrigo do programa de intercâmbio Europeu ERASMUS. Formador com CAP (2008), Pós-Graduado em Neuropsicologia de Intervenção pelo CRIAP/Associação Portuguesa de Neuropsicologia (2010). Colaborou no IEFP como formador. Iniciou a atividade de enfermagem em 2008 num hospital oncológico em Portugal, atualmente exerce a profissão no Reino Unido. Colaborou em vários projetos relacionados com a prevenção primária e apoio a doentes com cancro colo-rectal e seus familiares (Europacolon Portugal). Membro ativo na Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa, atualmente colaborador no Workgroup Dor. Por indicação do autor, os seus textos não obedecem ao novo acordo ortográfico.     Miguel Oliveira, born in Braga, Portugal, completed the Nursing License Degree at Calouste Gulbenkian Superior Nursing School, University of Minho (2007), with oncology experience in Italy under the European student exchange program ERASMUS. Former certified by IEFP (2008), completed the Post-Graduate Degree in Neuropsychology Intervention at CRIAP/ Portuguese Society of Neuropsychology (2010). Collaborated with IEFP as a former. Started as a Nurse Staff in 2008 in a cancer hospital in Portugal, at the moment is a Registered Nurse working in the UK. Collaborated in several projects dedicated to cancer primary prevention and support to colorectal cancer patients and its family (Europacolon Portugal). Active member of the Portuguese Association of Oncology Nursing, at the moment collaborates with the Pain Workgroup.