Criar é um acto de amor solitário que aprendemos a partilhar com todos aqueles que nos lêem e ficam suavemente a olhar-nos nos olhos, a sorrir-nos, a pensarem mil e uma coisas sobre os motivos e sentimentos que nos levam a escrever aquela palavra e não qualquer outra, a colocar aquelas reticências e não um ponto final.
A escrita é assim um desses actos, onde numa soma de letras por vezes desconexas e com uma descodificação singular tentamos transmitir sentimentos, opiniões ou marcar posições.
Mas de nada serve escrever se não houver um leitor que ceda um pouco do seu tempo a descobrir por entre as brumas das minhas palavras o que pretendo dizer. Mais ainda. De nada serve desenvolver um projecto se não pudermos obter do outro lado um retorno sobre o que expomos e reflectimos.