Adoptar um estilo de vida saúdavel

Gostou? Partilhe

Malformações do ouvido médio: repercussões na audição

malformações do ouvido médio

As malformações do ouvido médio têm repercussões ao nível auditivo, pois afetam a cadeia ossicular, dificultando a transmissão do som ao ouvido interno. Na maioria dos casos são unilaterais, sendo muitas vezes acompanhadas de alterações do ouvido externo.

Estas malformações congénitas são anormalidades anatómicas ou estruturais, do ouvido médio, presentes no nascimento, consequentes de uma embriogénese imperfeita. Normalmente, ocorrem associadas a síndromes específicos. A análise genética é relevante no diagnóstico diferencial destas alterações.
A cadeia ossicular compreende três ossículos, interligados por articulações: martelo, formado pela cabeça, colo e cabo; bigorna constituída pelo corpo, curta apófise e longa apófise; estribo formado pelo colo, crura anterior, crura posterior e platina do estribo. A platina do estribo insere-se na janela oval e faz a ligação ao ouvido interno.

As malformações do ouvido médio podem afetar a configuração e o tamanho da cavidade timpânica e o número, tamanho e configuração dos ossículos. Relativamente ao martelo, este tende a ser pouco desenvolvido, ou com a cabeça e cabo com deformidades. Também pode existir anormalidade da articulação incudomaleolar (entre o martelo e a bigorna). Quanto à bigorna, esta pode, também, ser pouco desenvolvida, separada da articulação, ou rodar de posição. Estas alterações ossiculares podem resultar numa fusão do martelo com a bigorna, ou mesmo na sua inexistência. Em relação ao estribo, normalmente, é mais pequeno com as suas cruras disformes e com frágil articulação incudoestapedial (entre a bigorna e o estribo). Também este pode estar ausente.
Existem, ainda, alterações da corda do tímpano, que é um ramo do nervo facial que cruza o ouvido médio. Podem, também, ocorrer outras alterações nas veias, artérias e músculos do ouvido médio (tensor do tímpano, aderente ao martelo e estapediano, aderente ao estribo). É possível, ainda, que se verifique ausência da trompa de Eustáquio, que é um canal que liga o ouvido médio à nasofaringe.

Outro diagnóstico visto como malformação do ouvido médio é o colesteatoma congénito.
O colesteatoma adquirido, o mais comum, é um tumor benigno, formado por uma massa de pele excedente dentro do ouvido médio. Frequentemente resulta de repetidas infeções do ouvido que não foram devidamente tratadas, estando muitas vezes associado a perfuração timpânica.
O colesteatoma congénito define-se pela ausência de três fatores essenciais: história prévia de otorreia, perfuração timpânica e procedimentos otológicos anteriores. Está presente no ouvido desde o nascimento. Os locais mais comuns de apresentação no exame físico são os quadrantes superiores da membrana timpânica. Este colesteatoma pode não afetar os ossículos, ou existirem diferentes graus de envolvimento ossicular.
O sintoma mais comum é a perda auditiva de condução.
O tratamento indicado é o cirúrgico.
Para classificar os pacientes com malformações auditivas e tratá-los de forma eficaz, são necessários procedimentos clínicos, audiométricos e técnicas radiológicas.
A descrição anatómica objetiva das malformações, por meio de procedimentos de imagem, é indispensável, particularmente para as reconstruções cirúrgicas do ouvido médio. A radiografia convencional pode dar informações insuficientes no diagnóstico de malformações do ouvido. A tomografia computorizada de alta resolução é mais adequada para avaliar estas alterações.
Além do exame otorrinolaringológico, é necessária uma avaliação audiológica adequada. Esta avaliação inclui timpanometria, audiometria, otoemissões acústicas e potenciais evocados auditivos precoces do tronco cerebral.
Os deficits auditivos bilaterais podem dificultar seriamente o desenvolvimento da linguagem. A reabilitação precoce é, portanto, essencial com próteses auditivas convencionais ou osteointegradas.
É de referir, ainda, que nestes casos de malformações do ouvido médio, muitas vezes é necessário o recurso à intervenção cirúrgica.

[fonte]Referência: Bartel-Friedrich S., Wulke C. Classification and diagnosis of ear malformations. GMS Current Topics in Otorhinolaryngology – Head and Neck Surgery 2008, Vol. 6, ISSN 1865-1011.; Créditos de imagem: https://www.neurosurgicalatlas.com/neuroanatomy/view-of-isolated-middle-ear-ossicles [/fonte]

Cada um de nós, de forma individual, pode reduzir o risco do cancro do cólon. Prepare-se para começar gradualmente a ser mais ativo!
A síndrome de Cogan é uma doença autoimune rara. A avaliação e o tratamento precoces revelam-se fundamentais no controlo de sintomas.
Cada um de nós, de forma individual, pode reduzir o risco da incidência de cancro do fígado. Tome nota de 3 medidas!
A Osteogénese Imperfeita é uma doença hereditária, resultando alterações ósseas, anomalias cardiovasculares e em 50% dos casos, surdez.