Para muitos de nós, fazer uma refeição pode não ser tão simples como pensamos.
O simples ato de comer, de se alimentar, pode tornar-se mais um momento emocional do que um evento físico de “matar a fome”.
Comer é antes de mais uma necessidade biológica, mas uma refeição pode ganhar outros significados: obrigação, punição, refugio, conforto, paz, celebração. Quando a comida absorve emoções deste tipo, pode levar a comportamentos extremos: comer de menos ou comer de mais.
Cerca de 60% dos indivíduos com peso excessivo ou com obesidade são comedores emocionais e as suas escolhas de consumo caem mais em alimentos ricos em gordura, açúcar e calorias como resposta a emoções negativas.
Como é a sua relação com a comida? Come quando tem fome? Ou come ao sabor das suas emoções? Qual é a sua relação com a comida numa refeição quando se sente triste, irritado, furioso, preocupado, ansioso, alegre ou eufórico?
Pense sobre os últimos 4 dias da semana: quantas vezes comeu sem ter fome? Quais foram as situações do trabalho ou da vida que o levaram a comer sem ter fome? Ou até pelo contrário, com o excesso de trabalho, ansiedade, tristeza, alegria ou uma situação inesperada perde o apetite?
Se as suas respostas são afirmativas, então a sua relação com a comida está dependente das suas emoções e do humor.
Agora que conhece essa interação – entre comida e emoções – nas suas experiências e ganhou consciência dessa vulnerabilidade, pode começar a mudar ativamente a raiz dos seus comportamentos, que se existem não são aleatórios nem destituídos de sentido; são repetidos vezes sem conta, tornam-se sistemáticos e por isso são previsíveis e por isso podem ser prevenidos.
Então, a sua relação com a comida deve mudar, aprendendo a reconhecer quando tem realmente fome e quando atinge a saciedade e fica satisfeito.
Utilize a escala da fome para gerir esses dois momentos e comer apenas quando estiver com fome e parar quando estiver cheio.
Desenvolva uma relação sadia com a comida. Mude o padrão habitual, não coma sempre o mesmo tipo de refeição com os mesmos alimentos. Por exemplo, experimente novos alimentos, alimentos que nunca provou e vai comer pela primeira vez. Há certamente muitos, se refletir sobre isso. Dê prioridade aos alimentos vegetais e complemente-os com produtos de qualidade de origem animal. Procure o apoio de um nutricionista para aprender a escolher alimentos nutritivos e alimentar o seu corpo.
Uma refeição não é uma recompensa ou um castigo. Não use a comida dando-lhe uma carga emocional com caraterísticas de prémio ou punição. Estabeleça uma relação saudável com a comida, adotando por exemplo o método da atenção plena.
E a última recomendação é procurar apoio especializado, em pelo menos duas áreas – a nutrição e psciologia comportamental.
[fonte]Referências: Frayn, M., & Knäuper, B. (2018). Emotional eating and weight in adults: a review. Current Psychology, 37(4), 924-933.; Créditos da imagem: https://wikiehelp.com/how-to-manage-overcome-binge-eating-disorder-bed/[/fonte]