Como angariar fundos?

As Organizações Não Governamentais e as Associações de Doentes desempenham um importante papel na sociedade moderna. De uma forma geral são entidades pró-activas que procuram divulgar a doença, a sua prevenção, bem como apoiar os doentes e seus familiares. O apoio pode surgir sob diferentes formas, seja pela compilação das informações importantes sobre a doença, direitos e apoios, quer seja pela disponibilização de uma linha telefónica ou pela consulta presencial para esclarecimento de dúvidas e apoio. Mesmo não tendo como objectivo o lucro, estas entidades necessitam de fundos para o seu funcionamento e desenvolvimento das suas actividades. Várias recebem apoios de empresas privadas, outras apoios estatais, outras ainda pedem uma contribuição aos seus associados. Mas todas elas recorrem à sociedade civil, apelando a cada um de nós um pequeno contributo monetário. E é aqui que a imaginação e a originalidade podem fazer toda a diferença.

Atrevo-me a dizer que todos nós já nos cruzamos com alguém numa rua, igreja ou centro comercial, devidamente ou não identificado, a pedir uma contribuição para uma determinada entidade. O peditório será, provavelmente, o meio mais utilizado e o menos original. Outro meio muito utilizado é o sorteio de um prémio através da venda de rifas. As rifas foram sempre uma solução rápida e fácil de angariar fundos! Não houve ano da minha instrução primária que não trouxesse rifas para vender a familiares e amigos, como forma de apoio para as viagens de estudo. A maioria das entidades recorre a estes dois métodos para se co-financiarem. No entanto tenho visto algumas ideias bem interessantes!

Seguras de que o peditório e os sorteios não são suficientes para chegar a toda a gente e para maximizar a angariação de fundos, diversas entidades criaram alternativas.  Uma delas passa pela venda directa de produtos com o logótipo da entidade (merchandising). Estes produtos não se restringem às famosas camisolas, bonés e material de escritório, há um grande universo de utensílios para o dia-a-dia à venda. Inclusive, alguns adornos e convites de casamento! Mas não é nos utensílios que se vê a criatividade e originalidade, antes nos eventos públicos e privados para recolha de fundos. Várias entidades organizam ou associam-se a eventos já programados, seja uma caminhada, uma corrida, um percurso de montanha, uma competição de triatlo ou de golf, ou até mesmo eventos em escolas e nas casas de qualquer um de nós! Um dos eventos de recolha de fundos é o “Passe a Noite em Casa”, que consiste em convidar amigos e família para um jantar em casa, pedir a cada um que contribua com o valor que gastaria nessa noite se fosse jantar fora e depois entregar o donativo. Simples, básico e original! O mesmo pode ser feito para um pequeno-almoço, uma noite de gala numa escola, etc. Qualquer um de nós pode organizar o seu próprio evento desportivo, que algumas entidades fornecem o material necessário!

É certo que estes métodos, que se suportam no envolvimento directo da sociedade civil, só funcionam se nós tivermos uma percepção positiva da entidade ou organização. Ou seja, tem de já ter demonstrado que exerce um papel activo e importante na sociedade! Contudo ficam algumas ideias que poderão ser úteis para qualquer entidade ou associação.

Fonte da imagem:http://fbncapitalassetmanagement.com/images/landing_image_money_market_fund.jpg

Miguel Oliveira, natural de Braga, licenciado em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem de Calouste Gulbenkian – Universidade do Minho (2007), com passagem por Itália na área oncológica ao abrigo do programa de intercâmbio Europeu ERASMUS. Formador com CAP (2008), Pós-Graduado em Neuropsicologia de Intervenção pelo CRIAP/Associação Portuguesa de Neuropsicologia (2010). Colaborou no IEFP como formador. Iniciou a atividade de enfermagem em 2008 num hospital oncológico em Portugal, atualmente exerce a profissão no Reino Unido. Colaborou em vários projetos relacionados com a prevenção primária e apoio a doentes com cancro colo-rectal e seus familiares (Europacolon Portugal). Membro ativo na Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa, atualmente colaborador no Workgroup Dor. Por indicação do autor, os seus textos não obedecem ao novo acordo ortográfico.     Miguel Oliveira, born in Braga, Portugal, completed the Nursing License Degree at Calouste Gulbenkian Superior Nursing School, University of Minho (2007), with oncology experience in Italy under the European student exchange program ERASMUS. Former certified by IEFP (2008), completed the Post-Graduate Degree in Neuropsychology Intervention at CRIAP/ Portuguese Society of Neuropsychology (2010). Collaborated with IEFP as a former. Started as a Nurse Staff in 2008 in a cancer hospital in Portugal, at the moment is a Registered Nurse working in the UK. Collaborated in several projects dedicated to cancer primary prevention and support to colorectal cancer patients and its family (Europacolon Portugal). Active member of the Portuguese Association of Oncology Nursing, at the moment collaborates with the Pain Workgroup.