Nos últimos anos verificou-se um maior apelo a todos os cidadãos para serem dadores de medula óssea. A medula óssea é um tecido gelatinoso que reveste o interior dos ossos longos. Neste tecido encontram-se células estaminais (ou progenitoras) que têm a capacidade de produzir os principais componentes do sangue: os glóbulos vermelhos (asseguram o transporte de oxigénio para todas as células), os glóbulos brancos (asseguram a defesa contra organismos) e as plaquetas (asseguram a formação de coágulo quando há hemorragias).
Como qualquer outra doação, trata-se de um acto de solidariedade voluntário sem contrapartidas monetárias, mas sem quaisquer encargos para o dador. Como se trata de um acto voluntário, cada um tem de demonstrar vontade em ser dador bastando, para isso, inscrever-se no Registo Nacional de Dadores de Medula Óssea através dos Centros de Histocompatibilidade do Norte, Centro ou Sul ou através das brigadas destes centros que percorrem o país.
A inscrição obriga ao preenchimento de um pequeno questionário anónimo e a uma recolha de sangue para despiste de doenças infecto-contagiosas e para a tipagem das células do dador (para se aferir o grau de compatibilidade com o possível receptor).
Alguns problemas de saúde podem ser corrigidos ou tratados com o transplante de medula óssea, nomeadamente nas leucemias (cancro das células do sangue), deficiências da imunidade, anemia crónica. Para isso é necessário colher as células estaminais presentes na medula óssea, para depois as infundir no receptor.
A recolha pode ser realizada directamente nos ossos longos do dador, através de um intervenção cirúrgica a medula óssea é recolhida dos ossos da bacia, ou indirectamente na corrente sanguínea (a via privilegiada actualmente).
Neste último caso, o dador toma um medicamento que vai estimular a produção das células estaminais e o seu aumento no sangue periférico. Através da punção de uma veia num braço, uma máquina específica filtra o sangue e recolhe as células estaminais.
Existe ainda uma terceira via: a utilização das células estaminais recolhidas do cordão umbilical logo após o nascimento. Esta recolha pode não assegurar uma quantidade de células estaminais suficientes para o transplante de medula óssea.
Requisitos necessários para ser dador de medula óssea
Se após ter lido estes dois parágrafos está interessado em ser dador, saiba que nem toda agente o pode ser. Para tal existem algumas regras:
- ter entre 18 a 45 anos de idade, mais de 1,5m de altura e pelo menos 50 kg de peso
- compreender a língua portuguesa, quer na forma escrita quer na oral
- ter residência em Portugal
- não ter recebido nenhuma transfusão de sangue desde 1980
- não ter as seguintes patologias: cancro, obesidade mórbida (mesmo após colocação de banda ou bypass), artrite reumatóide, doença auto-imune, hepatite B ou C, anemia crónica, hérnia discal, fibromialgia, glaucoma, diabetes, doenças do foro cardíaco ou da tiróide.
Para saber onde estarão as brigadas e caso possua alguma dúvida não hesite em contactar um dos 3 centros de Histocompatibilidade, Norte, Centro ou Sul.
[fonte] Fontes de Informação: Centros de Histocompatibilidade do Norte – http://www.chnorte.min-saude.pt/cedace.php; Portal da Saúde – http://www.min-aude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/doacao+de+orgaos+e+transplantes/medulaossea.htm [/fonte]