O corpo está preparado para a saúde

A maioria das perturbações orgânicas, incluindo a obesidade, a diabetes e as doenças cardiovasculares deve-se à adoção e permanência de estilos de vida, hábitos, rotinas e comportamentos que, aliados a alguma ignorância e muita ingenuidade, atentam contra o estado de saúde ótimo a que todos temos direito. Muitos dos nossos hábitos, que se instalam por longos anos, são geradores de toxinas orgânicas e toxinas mentais, desequilibrando a energia que sustenta a vida da mais pequenina célula ao órgão mais complexo. Como o corpo tende naturalmente para o equilíbrio (os genes querem que nós vivamos, não porque gostem de nós mas porque precisam do nosso corpo para assegurarem a perpetuação da nossa espécie) acontece que ele tolera muitos dos nossos atentados contra a saúde pelo que é natural sentirmo-nos em muito bom estado, fortes e saudáveis durante anos. Há milhares de doenças nos seres humanos. Por causa de tão sombrio número a probabilidade (teórica) de ficarmos doentes é elevadíssima; não obstante, o nosso sistema imunitário e a natural resistência dos vários órgãos que constituem o corpo permitem-nos manter-nos com um razoável nível de saúde a maior parte da nossa vida. Vários investigadores (médicos e biólogos) consideram perfeitamente viável qualquer pessoa saudável atingir os 100 anos de idade sem incapacitações ou doenças, ou seja, num estado de saúde ótima desde que adote um conjunto básico de hábitos que lhe garanta uma alimentação equilibrada, exercício físico quanto baste e tranquilidade mental e emocional.
A saúde como valor

A saúde é um bem precioso demais para a negligenciarmos. Para a maioria das pessoas, a saúde está à frente da felicidade na escala das suas preocupações centrais. Isso é bom. São estados que se relacionam entre si. Por isso é que as pessoas felizes têm geralmente melhores defesas imunitárias e vivem mais tempo. E a saúde é, por si só, condição necessária para aquela sensação de bem-estar e prazer de viver que está ligada ao sentimento de felicidade. É sabido que cada pessoa reage de forma distinta àquilo de que se alimenta e às condições ambientais em que vive – fatores que, não sendo únicos, influenciam bastante o estado de saúde. As causas das doenças nem sempre são claras. Há detalhes de natureza genética e de personalidade que tornam algumas pessoas mais resistentes (pelo menos durante mais tempo) aos ataques de vírus, bactérias, alergénicos, fungos, radicais livres, pressão alta e muitos outros intrusos ou anomalias pouco recomendáveis. Não é invulgar encontrar-se pessoas que, tendo levado vidas problemáticas, com múltiplas contrariedades e alimentação desequilibrada, acabam por morrer de longevidade e não por causa de uma qualquer doença. Outras situações também podem surpreender-nos mas por razões contrárias. É o caso de muitas pessoas jovens que, contra todas as expectativas e desafiando o seu aparente bom estado de saúde, morrem subitamente de paragem cardíaca. Estes exemplos servem também para demonstrar que a capacidade do corpo humano para lidar com a doença é bastante flexível e individualizada. De uma coisa, porém, não devemos ficar dependentes: do fator sorte. É que nenhum de nós, por muitos exames médicos que faça, consegue conhecer suficientemente bem o corpo para saber o que nos pode acontecer nos próximos minutos ou num qualquer ponto do futuro. Confiar no facto de haver pessoas “que comem de tudo”, “resistem a tudo” e só morrem de velhice é extremamente arriscado. Primeiro, porque a percentagem desses valentões é extremamente baixa; segundo, porque os fatores de risco são tantos que as melhores defesas são, neste caso, a prevenção. A prevenção dá-nos maiores garantias de atingirmos e mantermos uma saúde ótima. E uma consciência tranquila oferece-nos confiança e serenidade.