O Sofrimento e o Tempo
É difícil avaliar de forma precisa o sofrimento de outra pessoa. A única maneira de avaliar o sofrimento é perguntar ao doente. Mas perguntar o quê?
É difícil avaliar de forma precisa o sofrimento de outra pessoa. A única maneira de avaliar o sofrimento é perguntar ao doente. Mas perguntar o quê?
A australiana Bronnie Ware dedicou parte da sua vida a trabalhar em cuidados paliativos e foi na sequência dessa experiência difícil mas enriquecedora que teve oportunidade de ouvir muitas das últimas reflexões dos seus doentes.
A morte é uma inevitabilidade para todos. Todos o sabemos e todos o dizemos desta ou daquela maneira. Contudo, é duro conceber esta realidade com plena consciência. Olhar de frente para esta ancestral angústia da humanidade é uma tarefa de elevada exigência em termos psíquicos.
Lev Tolstoi ficou conhecido por ter escrito “Guerra e Paz”, mas também produziu várias outras obras interessantes. Entre elas, “A morte de Ivan Ilitch”.
Thomas Mann, escritor, romancista alemão ganhou prémio Nobel de Literatura em 1929. Uma das obras pelo qual ficou mundialmente conhecido foi pelo livro “A Montanha Mágica” de 1924.
A vida tem várias etapas e o seu fim é isso mesmo, mais uma etapa. E deve ser falada sem tabus. Em pleno século XXI, Profissionais de Saúde e população em geral encaram a morte como um fracasso, algo a evitar e que vai chegar, mas está longe.
Depois de ter identificado os cincos estilos de adaptação à doença, pode-se concluir que a forma como cada pessoa percepciona a doença e as suas implicações é o ponto fulcral para adaptação ao cancro.
Neste estilo de adaptação à doença, o doente é consumido pela percepção da ameaça do cancro. O foco de atenção do indivíduo é a perda iminente da sua vida e encara a doença como uma derrota.
Na nossa sociedade, na maior parte das vezes, a morte e o luto são temas tabus. Há receio em falar-se da morte. Mas, como todos sabemos, o sofrimento e a morte fazem parte da vida do Homem.