A prática de yoga na pandemia COVID-19: controlar o medo

Depois da época de férias retomamos a rotina anteriormente estabelecida. Tempo esse de alterar essa mesma rotina, também. O mundo está pendente da evolução do Covid-19, que de forma direta ou indireta afetou a vida de todos ao longo destes seis meses.

A pandemia despoleta uma parafernália de emoções e sentimentos, sendo o mais relevante, o medo de ser contagiado ou a morte de um ente querido.

O medo é uma resposta ancestral e primordial de todos os organismos vivos, quando confrontados com ameaças, perigos ou incertezas. O medo deve ser encarado como um recurso vital à sobrevivência tanto do indivíduo quanto da espécie. O medo não pode ser encarado como algo paralisante e inibidor da atitude humana, mas como um ato consciente que munido das ferramentas certas, se torna um aliado na forma de viver e sobreviver.
Uma dessas ferramentas é o yoga. A meditação permite perceber a razão do medo e no ato consciente que é viver o dia-a-dia, essa razão pode ser entendida e trabalhada no sentido de saber encarar os momentos que surgem com resiliência, numa atitude equânime, em que cada gesto ou atitude reflete o bem comum.

As várias práticas de respiração (pranayama) do yoga, não só acalmam a mente como atuam sobre o sistema parassimpático, reduzindo os níveis de stress, ansiedade e medo. E a prática de posturas (asanas) aliada ao controlo da respiração e ao foco mental durante a sua execução, permitem a melhoria do sistema imunitário, assim como o equilíbrio físico e emocional.

Estas considerações sobre o yoga podem ser compreendidas através de um novo ramo da ciência médica, a Psiconeuroimunologia, que procura explicar de que forma os nossos pensamentos e emoções podem afetar o sistema imunitário. É reconhecido que o stress, o medo e as emoções negativas debilitam este sistema.

Uma das formas de dominar o medo e toda a situação provocada pelo Covid-19 é perceber a capacidade e a habilidade que habita em nós de sermos responsáveis pela nossa saúde e felicidade. Esta resposta pode ser dada pela prática de yoga. Devemos mudar da patogénese, o foco para a doença que piora o medo, para a autogénese, o foco na saúde que fortalece todos os sistemas do ser humano. O yoga incrementa e permite assumir o controlo da nossa vida, promovendo assim a saúde holística para todos e para cada um de nós.

Procure um professor de yoga devidamente certificado e um local de prática com todas as normas da DGS em vigor.

 

Alexandra Pereira, professora de yoga através da AIPYS-Asociación Internacional de Profesores de Yoga Sananda, Espanha 2000. Licenciada em Filosofia (FLUP 1988). Mestrado em Filosofia: “A filosofia do yoga: da prática a uma filosofia de vida” ( FLUP 2019) Exerce a sua actividade profissional de professora de yoga em Vidya-Academia de Yoga do Porto (Desde 2001). Dirigiu e ministrou cursos de Formação: "Curso de Professores de Yoga" (desde 2010 a 2016) e "Curso de Monitor de Yoga para técnico de SPA" (2013). Os seus atuais interesses de investigação, relacionam-se com as doenças autoimunes e cancro, e no contributo que a prática de yoga oferece para melhorar a condição física, mental e psicológica do praticante. Curso de especialização ("Yoga for Cancer Survivors" 2013). Alexandra Pereira, yoga teacher through the AIPYS-Asociación Internacional de Profesores de Yoga Sananda, Spain 2000. Specialization course ("Yoga for Cancer Survivors" 2013). Licenciate in Philosophy (FLUP 1988). Master Philosophy: “The Philosophy of Yoga: From Practice to a Philosophy of Life” (FLUP 2019) Professional activity: yoga teacher at Vidya-Academia de Yoga do Porto (since 2001). Direted and teached training Courses: "Yoga Teacher Course" (from 2010 to 2016) and "Yoga Monitor Course for SPA Technician" (2013). My current research, is relate to autoimmune diseases and cancer, and the contribution that the practice of yoga offers to improve physical, mental and psychological well-being in student.