Obesidade Sarcopénica: maiores riscos na doença oncológica
Obesidade sarcopénica corresponde à coexistência de sarcopenia e obesidade, isto é, baixa massa magra em especial massa muscular em indivíduos obesos.
Este tema é importante, porque este síndrome tem um impacto negativo maior na saúde do que a obesidade e a sarcopenia isoladamente. Na população idosa, a existência de obesidade sarcopénica corresponde a um maior risco para desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão, doenças metabólicas, maiores dificuldades de mobilidade e maior mortalidade.
Obesidade sarcopénica e cancro
À semelhança do que acontece com a população idosa, em doentes oncológicos, a obesidade sarcopénica também está associada a maiores riscos, sendo alguns dos riscos reportados, o desajuste na dose de quimioterapia utilizada, maior risco de complicações pós-cirúrgicas, maior incidência de efeitos secundários e menor sobrevivência.
São diversos os fatores que favorecem o surgimento deste síndrome nos doentes oncológicos, tal como acontece em situações de sarcopenia. Esta questão torna-se cada fez mais pertinente, já que se tem verificado um aumento da prevalência da obesidade em doentes oncológicos, com estimativas a apontar para 40% a 60%, mesmo na presença de doença metastática. Por outro lado, devido à presença de obesidade, a identificação da baixa massa magra é dificultada, podendo mesmo ficar por identificar.
À semelhança do que acontece em situações de sarcopenia, a intervenção na obesidade sarcopénica, também requer uma abordagem multidisciplinar que inclua atividade física e adequada ingestão de proteina. A intervenção nutricional deverá ter como objetivo a preservação da massa muscular e o não aumento da massa gorda, prevenindo o agravamento de complicações decorrentes da obesidade.