Obstipação e a saúde intestinal

A obstipação é uma condição relativamente comum. A sua manifestação é heterogénea e surge em consequência de diversos fatores.

Conhecer o seu padrão intestinal, a consistência e cheiro das fezes, é muito relevante para a identificação e resolução da obstipação.

São vários os fatores que levam ao diagnóstico da obstipação. A escala de Bristol permite auxiliar na caracterização da forma das fezes. As fezes do “tipo 1” e “tipo 2”  (consulte o quadro em baixo) são fezes características de um padrão intestinal obstipado.

Obstipação: doença e fármacos

Algumas doenças do sistema nervoso central e metabólicas, tais como a doença de Parkinson, diabetes e hipotiroidismo, poderão estar na origem do surgimento da obstipação. A toma de determinados medicamentos também poderá ser um fator influenciado e nesta categoria incluem-se os agentes antiparkinsónicos, antidepressores e alguns medicamentos antineoplásicos.

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Obstipação: estilos de vida e hábitos alimentares

Os estilos de vida, os hábitos de ingestão hídrica e a alimentação influenciam de forma relevante o padrão intestinal. Uma alimentação com baixa ingestão de fibras e baixa ingestão de água poderá facilitar o surgimento de obstipação. Para aumentar o consumo de fibras privilegie alimentos como cereais integrais, leguminosas, oleaginosas, fruta e vegetais.

Mantenha-se hidratado, privilegiando a ingestão de água para este efeito. Em situações particulares em que o histórico pessoal clínico obrigue a uma restrição hídrica, a ingestão de líquidos deverá ser ajustada.

A atividade física influencia a motilidade intestinal. Por este motivo o sedentarismo contribui para que o trânsito intestinal se torne mais lento. Uma atividade física moderada de 30 a 60 minutos por dia parece ter resultados positivos na melhoria da consistência das fezes.

Veja o video seguinte que ilustra de forma simples e esclarecedora os fatores que contribuem para o surgimento da obstipação. Disponíveis legendas em português. 

Referências: Rao, S, et al. Diagnosis and management of chronic constipation in adults. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, 13(5), 295–305. Krogh K, et al. Management of chronic constipation in adults.United European Gastroenterol J. 2017 Jun;5(4):465-472. Créditos das imagens: Azevedo R, et al. Modelo preditivo de obstipação: O que poderá ser útil para além do Roma IV? Revista Portuguesa de Coloproctologia. Mai/Out 2017 

Inês Almada Correia, nutricionista (3684N), pós-graduada em Nutrição em Oncologia pela Universidade Católica Portuguesa, frequenta o mestrado em Bioquímica Médica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Tem colaborado com a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) em atividades, tais como workshops sobre alimentação direcionados a doentes hemato-oncológicos. Tem como atuais áreas de interesse e pesquisa a nutrição em oncologia, atividade física em doentes oncológicos e alterações de estilo de vida após o diagnóstico. Inês Almada Correia, nutricionista, has a post-graduate course in Nutrition in Oncology by Universidade Católica Portuguesa and is taking a masters degree in Medical Biochemistry by Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa. Has participated in projects with Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), such as food and nutrition workshops for hemato-oncologic patients. Her main research interests are nutrition in oncology, physical activity in cancer patients and lifestyle changes after diagnosis.