Quando se pratica Hatha yoga, pensa-se muitas vezes que é apenas numa atividade física. De facto, as asanas ou posturas de yoga levam-nos por caminhos muito diversos. A forma como se entende o yoga e a sua prática depende muito da personalidade de cada um, dos objetivos e ideias pré-concebidas, daquilo que se espera encontrar.
O Hatha yoga não é apenas uma prática física. À medida que o praticante aprofunda a prática percebe a subtil ligação entre o corpo e a mente.
A atenção plena na asana (postura), a descoberta das possibilidades que o corpo experimenta na postura, conseguir ultrapassar os limites que a mente inconscientemente colocou na performance do corpo, são momentos únicos. É um encontro consigo mesmo.
S. K. Iyengar, um dos mais brilhantes professores de yoga do século XX, dizia: “O Yoga não muda apenas a maneira como vemos as coisas, transforma a pessoa que vê”.
Esta transformação é experienciada por todos os praticantes de yoga. Ao “conquistar” o corpo, “conquista-se” aquilo que se ambiciona ser. Da mesma forma que o corpo se fortalece, também a autoestima se fortalece. Ao aceitar o corpo tal como é, ao entender a forma como se transforma, inconscientemente instala-se um processo de autoaceitação e auto-valorização, aquilo que se é.
À medida que sente o corpo mais flexível, mais forte e mais dinâmico, percebe-se que também fica mais recetivo e adaptável ao mundo e às tarefas que se têm de realizar. Sente mais energia para as atividades diárias, aceitando-as com outra determinação e vontade.
O yoga não tem qualquer vínculo a religiões, cultos ou dogmas. O yoga pretende ser uma ciência abrangente de todas as formas de pensar e agir. A sua prática permite descobrir o melhor que há em cada um e aquilo que se deseja ser. Abre oportunidades de descoberta, de novas possibilidades para ser aquilo que deseja. Quando o equilíbrio se instala, abre-se um mundo de possibilidades e fica-se com a sensação que tudo é possível, basta ter disponibilidade mental.
Quando se pratica Hatha yoga, com atenção plena no corpo, na mente e no espirito, o ego deixa de ser importante. Apenas o verdadeiro eu (a nossa essência) importa. O ego e a necessidade de se afirmar, de ser protagonista dissipa-se. Desta forma encontra-se a paz e a tranquilidade, na forma de estar e de agir.
Indra Devi, considerada a mãe do yoga no ocidente dizia: “Yoga é um caminho para a liberdade. Através da sua prática constante, podemo-nos libertar do medo, da angústia e da solidão”.
Esta liberdade é sentida logo nas primeiras aulas, porque o corpo sente-se livre, sente-se ágil. E com essa forma de sentir, os medos também se vão dissipando. Os medos mais simples serão: o medo de cair, de tropeçar, o medo da dor. Quando se domina a dor, ultrapassa-se medos, angústias e sofrimento.
O yoga não se explica, tem de ser experimentado para ser entendido. Procure uma escola de yoga, com um professor certificado e fale com ele sobre as suas expectativas e objetivos.
[fonte]Referências: Referencias: Manual Curso de Professores de Hatha Yoga Ed. Vidya-Academia de Yoga do Porto, 2010. “El libro del yoga”, Swami Visnhu Devananda, Alianza Editorial, S. A., 2001; “Yoga y Medicina”, Dr. Timothy McCall, Paidotribo; 1º edição (January 1, 2009).; Créditos da imagem: http://www.cebb.org.br/yoga-cebb-bh/ [/fonte]