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Intervenção dietética no controlo da dor em doentes oncológicos

Controlo da dor Uma intervenção dietética adequada pode influenciar a perceção da dor e da qualidade de vida. A maioria dos doentes com cancro avançado (80%) apresentam dor média ou de grande intensidade.

A frequência, consistência e textura da dieta são alguns dos fatores que influenciam a dor, devendo ser adaptados a cada situação.

A dificuldade na deglutição (disfagia), a inflamação das mucosas (mucosite) e a boca seca (xerostomia) são algumas dessas situações.

Relativamente à consistência da dieta, os doentes com estes sintomas, devem optar por uma dieta mole ou pastosa (sopas, cremes, batidos, purés de fruta ou legumes, mousses, gelatinas e queijo fresco). A carne deve ser moída, alimentos como os cereais e o pão devem ser macios e embebidos em leite, iogurte ou caldos. O aumento do número de refeições diárias (8 a 10) e a redução do volume de cada refeição (150 a 250 ml) são medidas importantes para um estado nutricional adequado, nestas situações.

Os doentes com mucosite devem, ainda, evitar alimentos que requerem uma mastigação prolongada, como a carne, alguns vegetais, produtos duros, assim como os alimentos ácidos (algumas especiarias, vinagre, algumas frutas ou sumos de fruta), pois podem agravar a dor. Infusões calmantes, anti-inflamatórias e adstringentes naturais (de linhaça, de calêndula e de salva), podem ser usadas para a lavagem da boca e alívio da dor.

Num doente desnutrido, existe uma redução do limiar da dor, além de um aumento do risco de infeções, de utilização de doses mais baixas de quimioterapia e do aumento do aparecimento de efeitos secundários deste tratamento, levando a um pior prognóstico. Todas estas situações podem exacerbar a dor e prejudicar a qualidade de vida, sendo importante a determinação das necessidades em energia e nutrientes e a prescrição de um plano alimentar individualizado. Em casos de falta de apetite e de saciedade precoce em que o aumento da frequência das refeições é insuficiente, é necessário proceder à fortificação alimentar e/ou ao recurso de suplementos nutricionais.

A presença de fibras na alimentação é também importante no controlo da dor. As recomendações são de 15 a 20g de fibra por dia (versus 25-40g para um indivíduo saudável), pois um consumo elevado é pouco tolerado e pode agravar a obstipação, a dor abdominal e ser a causa de obstrução gastrintestinal, principalmente em doentes que comem pouco, estão desidratados, acamados ou que recebem opióides. Adicionalmente, produtos ricos em fibra requerem uma mastigação prolongada, o que nem sempre é possível, levando a náuseas, flatulência e vómitos. As fibras podem ainda interferir com a digestão e a absorção de nutrientes num doente já desnutrido. Assim, o trânsito intestinal deve ser ajustado com base na hidratação, nos sorbitóis que existem naturalmente nas ameixas e nas pêras, nos leites fermentados e nos alimentos ricos em pectina (maçãs) e gomas (aveia).

O excesso de gorduras e açúcares simples pode causar dores abdominais, náuseas, flatulência, diarreia e aumentar a saciedade, o que, num doente com falta de apetite, conduz a uma ainda menor ingestão alimentar.

Alguns fármacos usados em quimioterapia e a radioterapia à região abdominal e pélvica podem causar uma intolerância temporária à lactose, por poderem danificar o epitélio intestinal, o qual produz lactase (enzima que degrada a lactose). Esta intolerância origina náuseas, dores abdominais, flatulência e diarreia após o consumo de laticínios. Todavia, o conteúdo de lactose é variável entre os diferentes lacticínios, sendo a manteiga e os leites fermentados, normalmente, bem tolerados.

Os ácidos gordos ómega 3 (peixes gordos, soja, linhaça, nozes) têm demonstrado possuir efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e benéficos na saúde cardiovascular e na dor, através da libertação de endorfinas. Estes ácidos gordos parecem, também, induzir a morte das células tumorais e aumentar a sensibilidade para a quimioterapia com diminuição da sua toxicidade.

[fonte] Referências: Daut RL, Cleeland CS. The prevalence and severity of pain in cancer. Cancer. 1982; 50: 1913–1918;  Jervoise H, Andreyev N, Davidson SE, Gillespie C, Allum WH, Swarbrick E: Practice guidance on the management of acute and chronic gastrointestinal problems arising as a result of treatment for cancer. Gut. 2012; 61: 179–192; Kapata A, Lange E.  Possibility of pain reduction by dietary intervention in patients with advanced cancer. Ann Agric Environ Med. 2013; Spec no 1: 18-22; Laviano A, Rianda S, Molfino A, Fanelli FR. Omega-3 fatty acids in cancer. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2013; 16(2): 156–161;; Sánchez-Muñoz A,  Pérez-Ruiz E,  Sáez MI,  Trigo JM,  Galindo MM,  Manzaneque L,  Jiménez B,  Muros B,  Alba E. Limited impact of palliative  chemotherapy  on survival in advanced solid tumours in patients with poor performance status. Clin Transl Oncol.  2011; 13(6): 426–429; Stuver ShO, Isaac Th, Weeks JC, Block S, Berry DL, Davis RB, Weingart SN. Factors associated with pain among ambulatory patients with cancer with advanced disease at a Comprehensive Cancer Center. J Oncol Pract. 2012; 8(4): 17–23; Van Bokhorst-de van der Scheuren MAE, von Blomberg-Van der Flier BME, Riezebos RK, Scholten PET, Quak JJ, Snow GB, van Leeuwen PAM. Differences in immune status between well-nourished and malnourished head and neck cancer patients. Clin Nutr. 1998; 19(6): 437–444. Créditos da imagens: http://www.usnews.com/; http://expertbeacon.com/manage-your-chronic-pain-while-going-through-cancer-treatment/#.Vq69mvmLTrc) [/fonte]

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