O que ainda não sabe sobre o micro-ondas
Será que preparar ou aquecer alimentos no micro-ondas põe em perigo os seus nutrientes e isso pode ter consequências para a saúde?
Usar o micro-ondas na preparação ou aquecimento dos alimentos é hoje uma tarefa banal. No entanto, continuam a existir dúvidas sobre a sua interação com os alimentos.
O desenvolvimento da tecnologia de micro-ondas ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial. Os fornos de micro-ondas começaram a ser utilizados para o aquecimento de alimentos na década de 50 e, a partir dos anos 80, esse tipo de energia passou a ser utilizada regularmente nos laboratórios de química.
O seu funcionamento é baseado na emissão de ondas electromagnéticas que penetram nos alimentos, de 2 a 4 cm da superfície, agitando as moléculas de água que estão no seu interior, fazendo-as chocar umas com as outras, provocando atrito. O calor gera-se rapidamente como resultado da fricção interna das moléculas.
O micro-ondas pode causar cancro?
Sabe-se que as micro-ondas utilizadas para fazer trabalhar o micro-ondas não são as mesmas que a radiação que pode causar cancro. Tudo o que estas micro-ondas fazem é agitar as moléculas dos alimentos, aumentando a sua energia interna, como explica David Katz, diretor do Yale University’s Prevention Research Center.
Segundo a American Cancer Society, as micro-ondas estão na sua maioria contidas no próprio forno quando ele está ligado e, qualquer radiação que se possa dissipar para o exterior terá níveis muito inferiores aos necessários para potenciar o aparecimento de cancro.
Também está comprovado que os nutrientes presentes nos alimentos não sofrem nenhuma alteração específica quando se utiliza o micro-ondas. Na verdade, qualquer forma de cozinhar, pode alterar quimicamente a comida e o seu conteúdo em nutrientes, como acontece com a vitamina C, os ácidos gordos ómega-3 e alguns compostos bioativos, os bioflavonoides, que são mais sensíveis ao calor e perdem a sua capacidade antioxidante.
Os nutrientes dos vegetais também se podem perder na água de cozedura. Por isso, para melhorar este aspeto, se usar o micro-ondas para cozinhar, deve usar menos água, como recomenda David Katz.
Micro-ondas: cuidados a ter com as embalagens
O maior cuidado a ter com o micro-ondas, para que seja tecnicamente seguro, está relacionado com o recipiente usado no aquecimento dos alimentos.
O material mais utilizado para a produção de plásticos de policarbonato é o Bisfenol-A (BPA). De acordo com as evidências científicas, quando o BPA entra no organismo pode perturbar o funcionamento normal das células e potenciar distúrbios metabólicos como diabetes, obesidade, asma, malformações congénitas e até mesmo alguns tipos de cancro. Este composto pode mesmo prejudicar o desenvolvimento cerebral e reprodutivo em fetos, bebés e crianças.
A maioria das embalagens e recipientes de plástico devem ser interditadas, uma vez que com o aquecimento, estes recipientes podem danificar-se, libertando produtos químicos como o BPA que são transferidos para os alimentos, sendo prejudicial para o corpo humano e para a saúde.
Atualmente muitas empresas fabricam “recipientes seguros” para usar nos micro-ondas, livres de BPA. Existem muitos recipientes de plástico que têm indicação para o uso nos micro-ondas, no entanto, mesmo assim pode haver uma migração de compostos químicos do recipiente para os alimentos.
A revista americana Environmental Health Perspectives publicou um estudo, em 2011, em que foram testados 455 tipos de produtos de plástico, desde garrafas a embalagens para colocar os alimentos e, em quase todos eles foram encontrados, mesmo nos plásticos livres de BPA, produtos químicos que têm sido associados à obesidade e a alguns tipos de cancro.
Assim, para evitar esta situação, o mais seguro é utilizar um copo ou um prato de cerâmica para aquecer todos os alimentos no micro-ondas.
O aquecimento por micro-ondas é uma forma atraente de preparar os alimentos, mas claro desde que sejam tomados os cuidados necessários.
Créditos da imagem: http://1.bp.blogspot.com/-0dmnStxrNWg/UvkCaaRv8aI/AAAAAAAAAgw/CtJ-LzRtZqM/s1600/microondas.jpg
23, Junho, 2015 @ 20:35
As pessoas que têm pacemaker são instruídas para não se encontrarem perto do microondas quando estes estão a funcionar, significando que a radiação microonda sai do aparelho e pode afectar o pacemaker.
25, Junho, 2015 @ 14:50
O nosso artigo aborda o tema do microondas ser seguro em termos de saúde ao nível fisiológico.
Quem tem um pacemaker é portador de um aparelho que não pode sofrer interferências magnéticas.
Sobre as precauções depois da implantação de um pacemaker, o que se sabe é que a interferência electromagnética externa pode causar danos ou reprogramação do circuito do pacemaker,inibição ou outras alterações. E, como tal, os portadores de um pacemaker podem vir a sentir tonturas na proximidade de equipamentos eléctricos, por isso devem ficar longe destes dispositivos.
No entanto, os Pacemakers estão bem blindados e protegidos por filtros adequados. De um modo geral, estes problemas não são comuns.
«Os rádios, maquinas eléctricas de bricolage, cobertores eléctricos, máquinas de barbear, almofadas de aquecimento, detectores de metais,
fornos de microondas, TV, e controlos remotos de televisão não mostraram danificar os geradores de impulsos, nem alteraram as taxas de estimulação, ou
inibição total na saída pacemaker, embora eles tenham potencial de causar uma interferência ocasional e talvez inibir uma única batida, não tendo uma importância prática.» conforme refere Ramsdale, D. R., & Rao, A. (2012). Precautions After Permanent Pacemaker Implantation. Cardiac Pacing and Device Therapy, 215-221, disponível em: http://link.springer.com/chapter/10.1007/978-1-4471-2939-4_10#page-1
4, Junho, 2016 @ 23:14
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