Dois anos de ‘Simplicidade e Bom Senso’

Dois anos após a criação da rubrica “Simplicidade e Bom Senso” voltamos a fazer um balanço. Sim, novamente, tal como fizemos há um ano atrás, porque um estilo de vida físico e mentalmente saudável requer que sejamos, permanentemente, capazes de parar e reavaliar o caminho percorrido.

Cada vez mais acredito que a saúde não é um estado que se alcança ou não se alcança mas é sim algo para o qual vamos “trabalhando” diariamente. E isso, pressupõe avanços, recuos e sobretudo pressupõe que sejamos sempre compassivos connosco próprios e que mantenhamos o nosso bom senso alerta e a capacidade de recomeçar, se necessário.

Devo confessar que considerei que esta rubrica tinha chegado ao fim, após 2 anos, e que a temática que a baliza se estava a esgotar, cheguei, contudo à conclusão de que afinal a reflexão sobre como poderemos viver uma vida plena de simplicidade e bom senso talvez seja inesgotável, pois viver com simplicidade e bom senso trata-se de sermos capazes de voltarmos a focar-nos no que é essencial e de escolhermos sempre o caminho do meio, o caminho da moderação, livre de excessos e de fanatismos de toda a espécie.

Durante este balanço fui inspirada por um testemunho que vi neste vídeo: Aqui a Drª Terry Wahls, uma médica a quem foi diagnosticada esclerose múltipla, conta como recuperou a sua saúde desenvolvendo um estilo de vida centrado numa alimentação saudável, em estratégias para diminuir a exposição a agentes tóxicos, na manutenção da actividade física e desenvolvendo estratégias para manter os seus níveis de stress controlados.

Pareceu-me um testemunho muitíssimo interessante com evidências claras das vantagens deste estilo de vida, não só para a prevenção de doenças como, pelos vistos, também para o seu tratamento. Não deixei contudo de ficar particularmente atenta ao quarto factor que a Drª Terry Wahls aponta como causa de doenças graves, ou seja, o facto de muitas pessoas viverem permanentemente sob níveis elevados de stress.

Sendo psicóloga é compreensível que este factor me desperte grande atenção. Portanto, confesso que quando percebi que neste testemunho a estratégia utilizada para redução do stress foi a meditação diária fiquei a sentir que muito mais havia a dizer sobre o assunto. Recordei, então, o primeiro artigo desta rubrica, o qual falava justamente sobre como meditar, mas muitos outros se seguiram.

Actualmente, penso que restam muito poucas dúvidas, incluindo no meio científico, sobre o impacto extremamente positivo que a meditação tem sobre a nossa vida e saúde, contudo, eu arrisco-me a defender que paralelamente à meditação muito mais se pode fazer para contribuir para a redução dos nossos níveis elevados de stress e muitas dessas propostas foram sendo feitas nos sucessivos artigos desta rubrica. Por este motivo, penso que vale a pena continuar a reflectir e a suscitar a reflexão sobre o que podemos fazer ainda mais e melhor para vivermos com níveis adequados de stress, para sermos mais saudáveis e sobretudo para sermos mais felizes.

Foi, então, que me lembrei que mais do que ensinar devemos partilhar o que cada um de nós tem vindo a aprender com o caminho trilhado. Por isso resolvi lançar um desafio aos nossos leitores e propor que nos enviem o vosso testemunho sobre o que consideram que vos ajuda a reduzir o stress e a viver de um modo mais saudável, sobretudo em termos mentais e emocionais. Seria interessante publicar as vossas sugestões e o que aprenderam com a vossa própria experiência. Que tal?

Referências: Vídeo: http://www.mindbodygreen.com/0-14451/how-i-went-from-wheelchair-to-walking-by-changing-my-diet-dr-terry-wahls.html
Fonte da Imagem: Pinterest – Álbum de Chloe Beech 

Rita Rosado nasceu em 1974 no Barreiro apesar de viver actualmente numa aldeia do Concelho de Tomar com a sua família. Licenciou-se em Psicologia Clínica pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa em 1997, é membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses com a cédula profissional nº 007261 e concluiu o Mestrado em Ciências da Educação – Formação de Adultos em 2007, pela mesma Universidade. Fez formação em Psicoterapia durante 2 anos, na Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica e exerceu esta actividade entre 1998 e 2005. Actualmente trabalha na área de Orientação Profissional e concilia esta atividade com a formação amadora na área musical. O seu interesse pela problemática da prevenção do cancro aprofundou-se após a experiência que vivenciou enquanto familiar de doentes de cancro. A sua abordagem perante a prevenção dos estados de doença tem por base uma visão holística dos seres humanos enquanto seres com uma dimensão física, emocional e até espiritual ou existencial com necessidade de cuidados ao nível de todas estas facetas.     Rita Rosado was born in Barreiro in 1974 but now lives in a small village near the city of Tomar (Central Portugal). Rita studied Clinical Psychology at Psychology and Educational Sciences College at Lisbon University and got her degree on 1997. She also got a Master degree in Educational Sciences – Adults Education, at the same College, ended in 2007. Rita had 2 years training in Psychoterapy at Portuguese Clinical Psychology Society and worked as a Psychoterapist between 1998 and 2005. At the moment she works has a Career Counselling and spends also some time learning music. Rita´s interest in cancer prevention grows when she had to face this problem in her family. Her vision about health prevention is: “We should see human beings in their multiple dimensions, physical, emotional and spiritual or existential and realize the need to care for all these dimensions”.