Parece que a atividade física entrou na vida da comunidade com uma alegria tão reconfortante quanto aquela de regressar ao lar no final da temporada de férias!
O dia começa, invariavelmente, com a caminhada. É a minha forma de me preparar para o dia, de visualizar as etapas do trabalho e de perspectivar o seu desenlace.
Há quem prefira o final do dia para retemperar forças, reflectir sobre o dia e encontrar o equilíbrio para uma noite descansada.
De facto, também prefiro assim fazer quando a azáfama do ano escolar se instala no quotidiano nacional.
E isto leva-nos à questão do tempo. O tempo esse ditador dos nossos dias que coloca cada coisa num certo lugar, sequencialmente, gradualmente e inequivocamente dentro do compasso.
O tempo que gere e estabelece o momento, cada momento.
As temporalidades da sociedade nem sempre são congruentes com as da família, ou as pessoais. Cabe a cada um de nós encontrar esse equilíbrio no tempo para que se tenha tempo para nós. Porque o nosso corpo necessita desse tempo, precisa dessa disponibilidade mental para tratarmos do corpo, pegar em nós mesmos e não nos deixarmos ceder, caminhar para tratar o corpo e limpar a mente, caminhar.
Não tem vontade porque está sozinho? Abra os olhos e perceba se não haverá na sua comunidade nenhum grupo de vizinhos a fazê-lo ao final do dia, procure estar atento(a) ou então desafie alguém de casa ou um vizinho do seu prédio… no entretanto ponha uns auscultadores ligados ao seu telemóvel e oiça a rádio ou a sua playlist… descubra a companhia…pois o tempo da caminhada é sempre um tempo de descoberta.
Do Outro ou de si mesmo!
Porque o tempo continuará, a passo no seu ritmo. Não fiquemos a ver o tempo passar, caminhemos lado a lado!