Será que existe alguma técnica que ajude, adultos e crianças, a ultrapassar a fraca adesão ao consumo diário de legumes?
Nunca, até agora, foram publicados, em tantos artigos científicos, dados sobre o baixo consumo de vegetais entre diferentes populações e de uma forma global; também nunca antes se alertou, em tantos outros artigos, para a importância de comer legumes diariamente, com recomendações mínimas diárias prescritas por instituições de renome internacional. Ainda assim, os resultados insistem em não aparecer!
Teremos que aceitar que muito há por fazer para que adultos e crianças compreendam a importância de uma alimentação rica em legumes e mudem o rumo dos acontecimentos, não como resignados, mas como participantes ativos. E o primeiro passo para esta aceitação pode começar com o exercício consciente de procurar saber mais sobre os alimentos vegetais. Quando conhecemos mais, há mais opções e podemos tomar decisões que nos agradam.
Por exemplo, o que é que sabe acerca da courgette?
Uma coisa já deve saber: é que é parente das abóboras, a enorme família das cucurbitáceas, e que até pode ser confundida com um pepino, pelos principiantes na cozinha. Mas, a courgette passou a ser mais conhecida foi por libertar as mulheres portuguesas da sopa com batata!
Mas, será que não podemos esperar da courgette outra qualidade que não a de mero papel de substituta de um tubérculo, a batata? Claro que podemos! As variedades de courgette mais populares são a Zucchini e a Defender. Têm um miolo macio, de sabor pouco marcado, quase neutro, o que é um ponto a seu favor para ser introduzida, sem darem por ela, na alimentação dos que não apreciam legumes ou que lidam mal com os sabores intensos de alguns vegetais. Já é um bom começo!
A courgette é tipicamente um legume de verão, por isso está sempre pronta para ser grelhada em rodelas ou fatias, temperada com azeite e algumas pedras de sal, uma forma simples para acompanhar refeições de peixe. Pode misturá-la com ovos, massas ou juntamente com outros legumes, sem libertar qualquer odor ou sabor que possa afastar os mais renitentes ao consumo de legumes.
O consumo de 100 gramas de courgette, que equivalem, mais ou menos, a 6 rodelas, tem um valor calórico muito baixo: cerca de 16 calorias. Em 100 gramas de courgette, 94,8 gramas são de água, mas, para além disto, ela dá um contributo nutricional razoável em fibras, vitamina C, B6, B2 e manganésio, o que permite ajudar a completar as suas necessidades diárias nestes micronutrientes. Sabe-se, também, que se obtém alguns miligramas de quercetina (0.66 miligramas) uma substância fitoquímica da classe dos flavonóides, já algumas vezes anteriormente abordada a propósito de outros alimentos vegetais e dos seus potenciais efeitos protetores.
A courgette não é apenas a substituta que torna a sopa livre de batata, usurpando o seu lugar, ela é mais do que isso! Ela é a facilitadora por auxiliar a presença mais constante dos alimentos de origem vegetal nos pratos das crianças e de muitos adultos.
[fonte]Referências: USDA database for the flavonoid content of selected foods: release 3. 2011; U.S. Department of Agriculture, Agricultural Research Service. 2011.[/fonte]